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Médias de entrada estão mais altas este ano, uma vez que também as notas dos exames subiram, consequência das alterações das regras que aconteceram por conta da pandemia
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Médias de entrada estão mais altas este ano, uma vez que também as notas dos exames subiram, consequência das alterações das regras que aconteceram por conta da pandemia

Ana Martingo

Médias de entrada estão mais altas este ano, uma vez que também as notas dos exames subiram, consequência das alterações das regras que aconteceram por conta da pandemia

Ana Martingo

Universidade do Porto volta a ter a nota de entrada mais alta. Mas não é com Medicina, é com Engenharia (e empata com o Técnico)

Em 4 cursos de Engenharia, ninguém entrou com média abaixo de 19,1 valores. Nos cursos de bons alunos, há mais 29% de colocados face ao ano anterior. E em 13 cursos entrou-se com menos de 10 valores.

Veja aqui se entrou para o ensino superior

Durante anos, o cenário era aborrecido. Medicina ficava com a nota mais alta e a Universidade do Porto, graças ao Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar, ficava no topo. Mas depois apareceu a Engenharia. Em cinco anos, mudou a tendência: os bons alunos passaram a ser os engenheiros, com médias que bateram sempre as dos futuros médicos. Este ano há quatro cursos, todos de Engenharia, em que ninguém entrou com média abaixo de 19,1 valores.

A Universidade do Porto volta a estar no topo, com o curso de Engenharia e Gestão Industrial, num empate técnico com Lisboa. Em dois cursos do Instituto Superior Técnico — Engenharia Aeroespacial e Engenharia Física Tecnológica — a nota do último a entrar foi igual à da Faculdade de Engenharia portuense: 19,13 valores.

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E é esta unidade orgânica da Universidade do Porto que aparece na quarta linha da tabela. No curso de Bioengenharia, o último de 77 colocados entrou com média de 19,1. No total, nos quatro cursos, há 382 alunos que entraram com médias superiores a 19. 

“Houve uma mudança nos critérios dos alunos para se classificarem para estas provas e eu tentaria não comparar com outros anos, porque penso que não são comparáveis. O que é de salientar é que todos os bons alunos conseguiram entrar.”
Manuel Heitor, ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior

Apesar disso, o ministro do Ensino Superior pede contenção ao olhar para as médias, já que o motivo para a subida generalizada da subida tem um nome: Covid-19. Por causa da pandemia, o ano letivo foi atípico, os alunos só fizeram exame às disciplinas que elegeram como prova de ingresso ao superior e, inevitavelmente, as médias dos exames nacionais subiram — algumas disciplinas tiveram um aumento superior a três valores. Assim, também as médias de entrada no ensino superior acabaram por aumentar.

“Houve uma mudança nos critérios dos alunos para se classificarem para estas provas e eu tentaria não comparar com outros anos, porque penso que não são comparáveis. O que é de salientar é que todos os bons alunos conseguiram entrar”, diz Manuel Heitor ao Observador.

A referência do ministro é ao número de estudantes colocados nos 17 ciclos de estudo com maior concentração de melhores alunos: subiu cerca de 29% face ao ano anterior, o que equivale a 1.984 estudantes colocados.

Ainda olhando para as médias de entrada mais altas, há lugar no top 10 para quatro cursos de Medicina e dois de Matemática. No Abel Salazar, a última nota de entrada foi de 18,98, seguindo-se o curso da Faculdade de Medicina, também da Universidade do Porto, com 18,85.

81% dos candidatos colocados na 1.ª fase. Veja aqui se entrou no ensino superior

Na dança das cadeiras, a seguir volta a sentar-se o Técnico com os 18,83 valores de Matemática Aplicada e Computação. Os três últimos lugares são para a Universidade do Minho (Medicina, 18,78 valores), o Instituto Superior de Economia e Gestão (Matemática Aplicada à Economia e à Gestão, 18,75) e, a fechar a tabela das dez notas mais altas, a Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra, com 18,58 valores.

Female students of Tambov University are seen wearing

Número de estudantes colocados nos 17 ciclos de estudo com maior concentração de melhores alunos, como Medicina,: subiu cerca de 29% face ao ano anterior, o que equivale a 1.984 estudantes colocados

SOPA Images/LightRocket via Gett

Abaixo de 10 valores? 13 cursos, metade do ano anterior

A subida das médias, mesmo que motivadas pela pandemia, teve um outro efeito. O número de cursos onde a última nota de entrada esteve abaixo dos 10 valores foi menor do que no ano anterior: 13 contra 26 cursos em 2019. No acesso a um curso superior não pode haver negativas e, assim, nenhum aluno pode entrar com uma nota inferior a 95 pontos (média de nove e meio).

Se o ano passado havia 21 politécnicos e 5 universidades nessa lista, este ano só aparecem os primeiros. De resto, não há outra tendência visível e os cursos com médias mais baixas são tão díspares quanto Agronomia na Escola Superior Agrária de Santarém (Politécnico de Santarém) ou Ciências Biomédicas Laboratoriais na Escola Superior de Saúde de Bragança (Politécnico de Bragança). Em ambos os casos, a última nota de entrada foi de 9,9 valores.

Há ainda cursos como Educação Básica no Politécnico da Guarda (9,85), Enfermagem Veterinária na Escola Superior Agrária de Elvas (9,8) ou Solicitadoria em regime de ensino a distância (9,7 valores) no Instituto Politécnico de Beja.

No limite, com os 9,5 valores, ficam 8 cursos: no Politécnico de Beja, os cursos de  Serviço Social e de Gestão de Empresas, em regime pós-laboral, no Politécnico de Bragança, Educação Social e o de Multimédia. Na mesma lista estão ainda Tecnologias e Design de Multimédia (Viseu), Secretariado (Castelo Branco), Restauração e Catering (Guarda) e Design de Ambientes (Viana do Castelo).

Os resultados da 1.ª fase do concurso nacional de acesso foram divulgados às 00h01 de domingo, 27 de setembro, no site da Direção-Geral do Ensino Superior, embora seja habitual, algumas horas antes, os estudantes receberem mensagens da DGES, por sms ou por correio eletrónico, com o anúncio da instituição e do curso em que ficaram colocados.

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Para além dos dados individuais disponibilizados pela DGES, também pode consultar a tabela que o Observador disponibiliza, confirmando qual foi a média do último aluno a entrar em cada curso. Se não entrou, saiba que decorre de 28 de setembro a 9 de outubro a 2.ª fase do concurso, estando disponíveis pelo menos 6.050 vagas.

Este número pode ainda vir a subir já que este ano, devido ao grande aumento do número de candidatos, as instituições de ensino superior podem aumentar esse valor através da transferência de vagas fixadas e não ocupadas nos concursos especiais de acesso.

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