A segurança em torno de Donald Trump durante a campanha eleitoral pela Casa Branca continua a dar que falar. O antigo presidente dos Estados Unidos (e agora recandidato ao cargo) foi alvo de uma tentativa de assassinato, durante um comício na Pensilvânia, em julho.

O caso levou a uma investigação interna do Serviço Secreto norte-americano, que concluiu que o ataque resultou de uma série de erros das autoridades. Ainda assim, em setembro, apenas dois meses mais tarde, um segundo homem foi acusado de tentar assassinar Donald Trump, num campo de golfe. A CNN veio a revelar que escreveu uma carta a oferecer 135 mil euros a “quem concluir o trabalho”, caso falhasse.

E agora, as redes sociais dão destaque a uma suposta terceira “violação de segurança chocante” do candidato Republicano, apenas três dias depois de terem sido ouvido tiros no campo de golfe onde estava Donald Trump, na Flórida.

Publicação de Facebook a alegar um novo ataque contra Donald Trump, num comício em Nova Iorque.

Publicação de Facebook a alegar um novo ataque contra Donald Trump, num comício em Nova Iorque.

A teoria que circula é de que a polícia terá encontrado “explosivos” num carro, perto do local do comício do ex-presidente norte americano, antes de um discurso em Long Island, Nova Iorque. A publicação que circula nas redes sociais cita apenas uma fonte: James Lalino, que se apresenta como jornalista da One America News Network. Primeiro sinal de alerta, a One America News Network (OAN) começou a ser promovida pelo próprio Donald Trump em 2020, depois da recusa do candidato republicano em reconhecer os resultados das últimas eleições. É descrita por outros meios de comunicação como sendo de “extrema-direita” e “pró-Trump“.

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James Lalino é de facto jornalista da One America News Network, apresenta-se assim em várias redes sociais e tem artigos assinados no site da OAN. Mas a sua teoria não tardou a ser desmentida pelas autoridades. A história é bizarra. A polícia do condado de Nassau confirmou ter detido e interrogado uma pessoa pela suspeita de ter treinado um “cão detetor de bombas” perto do local do comício e de ter relatado “falsamente” que tinham sido encontrados explosivos. A história é contada em vários meios de comunicação social.

A Associated Press cita o tenente Scott Skrynecki, porta-voz da polícia do condado, como o responsável por responder rapidamente para “derrubar alegações” que começaram com um repórter, neste caso James Lalino, a citar fontes não identificadas da polícia de Nassau.

O Observador tentou obter uma resposta da polícia do condado de Nassau, até agora sem sucesso. Mas, à Associated Press, as autoridades respondem que as alegações são “falsas” e que têm “validade zero“.

Além da Associated Press, outros meios de comunicação norte-americanos, como o Axios, destacam que personalidades como Elon Musk, dono da rede social X, partilharam a informação falsa, que foi desmentida pelas autoridades. Elon Musk partilhou a história com um simples comentário “wow“.

Num comunicado no Facebook, o departamento da polícia do condado de Nassau esclarece o assunto, tal como o fez junto de meios de comunicação social, e partilha um comunicado assinado pelo comissário Patrick Ryder, no dia 18 de setembro, a insistir que os “relatos de explosivos encontrados no local são infundados“.

Conclusão

É apenas o relato de um jornalista, de um meio de comunicação social enviesado partidário, que cita fontes não identificadas contra os esclarecimentos do próprio departamento da polícia do condado de Nassau. As autoridades falam de relatos “infundados” e em declarações a órgãos de comunicação imparciais como a Associated Press, confirmam apenas a detenção de um suspeito, um civil, de ter treinado um cão para simular o encontro de explosivos num carro, perto de um comício de Donald Trump em Long Island, Nova Iorque.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:

FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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