No início de agosto, as chamas consumiram mais de oito mil hectares, em Odemira. O fogo terá começado num parque de merendas, perto da povoação de São Miguel, e rapidamente se espalhou. Foram precisos cinco dias para ser dado como dominado e, no terreno, estiveram mais de mil operacionais. Além do combate às chamas, quem foi para o terreno teve ainda de apoiar as populações, já que cerca de 1400 pessoas foram retiradas de suas casa. Mas ainda o fogo não estava dado como dominado quando começaram a circular nas redes sociais publicações que davam conta da falta refeições para os bombeiros que estavam no terreno.

“Mais uma vez, gastaram milhões nas festarolas e depois não há comida para os bombeiros que combatem o fogo em Odemira. Faltam centenas de refeições para amanhã, quarta e provavelmente para quinta-feira. 1000 refeições por dia, mas estes podem passar fome, não é, foram rápidos a alimentar os festivaleiros e os nossos bombeiros já podem passar fome, não é? Onde está o espírito cristão? Tenham vergonha.”, lê-se numa das publicações partilhadas.

Contactado pelo Observador, o comandante dos bombeiros de Odemira, Luís Oliveira, esclareceu que a informação “não é verdadeira”. No caso específico do incêndio de Odemira e tendo em conta que foi um incêndio de grandes dimensões e mobilizou bombeiros de vários pontos do país, foi criada uma base de apoio logístico nos terrenos da Feira de São Teotónio.

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Nessa base de apoio estava uma pessoa responsável pelas refeições dos operacionais, para garantir que não faltava comida. “Tínhamos uma pessoa junto à zona de refeições que contactava os vários restaurantes do concelho para saber qual a possibilidade de poderem fornecer refeições e indicavam o número de refeições para fazer face às necessidades do teatro de operações”, explicou Luís Oliveira.

Além dos restaurantes, os bombeiros tiveram também o apoio da Proteção Civil e, tal como é habitual em cenários de incêndio, a população também acaba por ajudar, dando alguns alimentos. E “não havia refeições de um dia para o outro”, disse o comandante dos bombeiros de Odemira. “As refeições eram confecionaras no próprio dia e distribuídas pelos operacionais nesse mesmo dia. Isto acontece sempre”, acrescentou.

Luís Oliveira explicou ainda que, nos casos em que os incêndios têm menores dimensões e o número de operacionais é reduzido, normalmente, os bombeiros, após a conclusão do incêndio, vão fazer refeição a um restaurante, neste caso contratado pelos bombeiros”.

Conclusão

A informação partilhada no Facebook é falsa. Não é verdade que não tivesse sido fornecida comida suficiente aos operacionais que estiveram em Odemira. O Observador contactou o comandante dos bombeiros de Odemira, que garantiu que todos os operacionais tiveram refeições durante os dias em que foi combatido o incêndio naquela zona.

Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:

ERRADO

No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:

FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.

NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.

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