Cinco anos de espera. É este o tempo que tem de esperar quem precisa de consultar um Cardiologia na rede pública de hospitais. Mas será verdade? A alegação é feita numa publicação do Facebook, mas já foi oficialmente desmentida ao Observador.
Com data de 2 de dezembro de 2020, e que desde então foi amplamente partilhada, a publicação alega que as consultas de Urologia e Cardiologia no Serviço Nacional de Saúde (SNS) têm listas de espera de cinco anos. A ilustrar o post na rede social está uma imagem da ministra da Saúde, Marta Temido.
Para verificar a veracidade, ou não, da referida publicação, o Observador pediu um esclarecimento ao instituto público responsável, que funciona sob tutela do Ministério da Saúde. Questionado sobre os tempos de espera nas consultas das especialidades destas duas especialidades, a Administração Central dos Sistemas de Saúde forneceu a seguinte resposta:
- Urologia — Para esta especialidade clínica, os tempos de espera para as consultas no SNS não correspondem nem de perto nem de longe aos referidos na publicação do Facebook. Assim, para uma consulta muito prioritária, o tempo médio de resposta ao pedido é de 30,8 dias. No caso de uma consulta prioritária, a espera aumenta para 69,9 dias, sendo que numa consulta normal a resposta é de 187,9 dias.
- Cardiologia — Na especialidade que trata as doenças do coração, uma consulta muito prioritária tem, segundo os dados oficiais, o tempo médio de resposta ao pedido de 77 dias, aumentando para 85,8 se se tratar de uma consulta prioritária. Já para uma consulta normal, o tempo de espera é de 134,1 dias.
Conclusão:
Falso. A alegação de que os doentes de urologia e cardiologia têm de esperar cinco anos por uma consulta no Serviço Nacional de Saúde está errada. Segundo os dados oficiais fornecidos ao Observador pela Administração Central dos Sistemas de Saúde, que divide as consultas em três categorias (muito prioritária, prioritária e normal), o tempo de espera na categoria menos urgente na triagem, a normal, é inferior a um ano.
Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é:
No sistema de classificação do Facebook, este conteúdo é:
FALSO: As principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
Nota: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.