Um vídeo de um alegado centro educativo para “os migrantes menores que entraram ilegalmente na Espanha” começou novamente a circular nas redes sociais no passado mês de agosto. Atingiu as 42 mil partilhas e os 1,5 mil gostos. Trata-se, no entanto, de uma publicação falsa, ainda que o vídeo seja real.

Publicação viral alega que vídeo mostra desacatos num centro educativo de migrantes ilegais em Espanha. É falsa.

Olhando para a publicação, não há nenhum link que direcione aquela afirmação para uma notícia ou para outro tipo de informação que confirme que estamos perante um centro educativo que acolhe migrantes em Espanha. Depois, ao ver todo o vídeo, percebe-se que muitos dos intervenientes estão a falar português do Brasil. Há ainda outra nota: espreitando os comentários logo à cabeça surge um que diz que o episódio aconteceu em São Paulo. E confirma-se.

Usando um frame do vídeo através da plataforma de identificação de imagens, Google Images, somos endereçados até ao Youtube, para um vídeo igual ao que está na publicação original. Na legenda lê-se “alunos de escola pública de Carapicuíba SP”, ou seja, São Paulo. A data do vídeo é de 2019, portanto, bem distante dos dias de hoje. Já segundo o jornal espanhol El Diario, que também verificou a veracidade desta publicação, o local onde foi gravado este vídeo é a escola Maria de Lourdes Teixeira, que pertence àquela região brasileira.

Ao pesquisar por notícias relacionadas com o episódio violento nos órgãos de comunicação social brasileira percebe-se que, de facto, aconteceu naquele país em maio de 2019. Segundo o jornal Globo, os estudantes acabaram suspensos depois de terem arremessado livros contra a sua professora e vandalizado a sala de aula.

Conclusão

Não é verdade que o vídeo que está novamente a circular nas redes sociais desde agosto seja sobre um a episódio de violência num centro de acolhimento de “migrantes ilegais em Espanha”. O vídeo é, de facto, verdadeiro, mas foi filmado em maio de 2019 numa escola no Brasil. Ou seja, não é de agora. Uma busca na plataforma de identificação de imagens, Google Images, confirma a origem daquelas imagens bem como um fact check do jornal espanhol El Diario.

Segundo a classificação do Observador, este conteúdo é: