Vê-se uma coluna de gás branco junto a umas montanhas e, de seguida, uma espécie de projétil atravessa a coluna, fazendo-a desabar. O vídeo, que circula amplamente nas redes sociais, seria, de acordo com vários comentários e publicações, uma prova de que as inundações em Valência, chuvas com consequências catastróficas, foram provocadas artificialmente. Só no Instagram, o vídeo foi partilhado várias vezes por contas diferentes com a legenda “Não posso acreditar no que gravei.”
Alguns comentários garantem que o vídeo é relativo a Valência, região espanhola assolada no último mês pela tempestade DANA, o fenómeno meteorológico que gerou chuvas torrenciais e inundações. Mas o vídeo já estava publicado no Youtube a 22 de outubro, uma semana antes das cheias em questão, que aconteceram a 29 de outubro.
Além disso, escutando o áudio original do vídeo, este não menciona Valência, nem sequer Espanha, mas faz referência a inundações em Acapulco, no México. “Creio que o que está a acontecer agora em Acapulco é algo impressionante”, ouve-se. Acapulco foi alvo de inundações no final de setembro à conta do furacão John. Só que o mesmo vídeo já fora publicado no TikTok em julho.
Não tendo sido possível determinar o contexto real do vídeo — ou sequer se foi manipulado —, não se pode considerar que seja uma prova de que as cheias provocadas pela tempestade DANA em Espanha tenham sido provocadas, já que o vídeo foi publicado em diferentes meios em datas anteriores ao fenómeno.
Conclusão
O vídeo não pode ser considerado como prova de que as chuvas de Valência que tiveram consequências catastróficas foram provocadas artificialmente uma vez que circula online antes da data do fenómeno DANA assolar a região espanhola.
Assim, de acordo com o sistema de classificação do Observador, este conteúdo é:
ERRADO
No sistema de classificação do Facebook este conteúdo é:
FALSO: as principais alegações do conteúdo são factualmente imprecisas. Geralmente, esta opção corresponde às classificações “falso” ou “maioritariamente falso” nos sites de verificadores de factos.
NOTA: este conteúdo foi selecionado pelo Observador no âmbito de uma parceria de fact checking com o Facebook.