Mal se soube da decisão de Juan Carlos abdicar do trono de Espanha, as redes sociais encheram-se de reações e foram imediatamente convocadas manifestações para as 20h em Barcelona e outras cidades da Catalunha contra o processo de sucessão monárquica e a exigir a implantação da República na região. Também para Madrid, nas Puertas del Sol, está convocada uma manifestação de apoio a um regime republicano.
No Twitter, “III República” tornou-se rapidamente um dos temas com mais destaque não só em Barcelona como também a nível mundial. Alguns dirigentes políticos exigem agora a realização de um referendo para que os espanhóis – catalães incluídos – decidam entre um regime republicano ou monárquico. “A democracia do século XXI exige que se convoque um referendo”, declarou Willy Meyer, cabeça de lista às europeias pelo Izquierda Unida. Também o movimento Podem apoiou a realização do plebiscito.
El Règim del 78 i la política de la casta s'enfonsen. #ElReyAbdica Ara es l'hora de la gent! Recuperem la sobirania popular #ReferèndumJa
— Podemos Barcelona (@Podem_BCN) June 2, 2014
"Felipe no seràs rei" . Convocatòries avui arreu a les 20h #RepúblicaCatalana . A #Barcelona a plaça Catalunya pic.twitter.com/VjWWO1TvJB
— CGT Catalunya ???????? (@CGTCatalunya) June 2, 2014
Uma das mensagens mais propagadas neste momento através da web é a de que “o primeiro Bourbon da Catalunha foi Felipe V e o último será Felipe VI”, uma ideia expressa por Armand de Fluvià, que crê que a abdicação de Juan Carlos é uma “estratégia para evitar abrir o debate sobre a reforma do Estado”.
Outra das mensagens que estão a ter bastante eco no Twitter é a das palavras de Felipe, futuro rei de Espanha, que em 1990, declarou que “a Catalunha é aquilo que os catalães queiram que seja.
https://twitter.com/xcastebcn/status/473406981173432320
O Presidente da Generalitat da Catalunha, numa declaração ao fim da manhã, garantiu que “o processo político catalão continua” e que “o melhor” para a região “é decidir livremente, democraticamente e pacificamente o seu futuro”, referindo-se ao referendo de autodeterminação marcado para 9 de novembro.
Na Galiza também estão planeadas manifestações a favor da independência e, no País Basco, o lehendakari (responsável pela região) considerou que a abdicação “abre uma possibilidade de resolver a questão basca”.