Finalmente discutem-se ideias em vez de episódios da vida de um país mergulhado na corrupção de onde parece não querer sair.
A Federação Portuguesa pela Vida (FPPV) lançou um inquérito aos partidos sobre a posição de cada um face à defesa da vida. Parte-se do princípio de que todos se orgulham daquilo que defendem. Por essa razão, devia ser com gosto que todos observariam o resultado do inquérito publicado na comunicação social. Sendo o tema da defesa da vida tão relevante, senão o mais relevante porque trata do respeito que temos uns pelos outros, também deveria ter interessado desde logo a comunicação social, mas não. Aquilo que verdadeiramente tornou interessante o tema foi o facto de o Patriarcado de Lisboa ter publicado os resultados.
Lembro que o tema é A DEFESA DA VIDA, mas o que parece interessar é se o Patriarcado está a incentivar ao voto num determinado partido, se fez bem ou mal em publicar, se retirou o post porque se arrependeu.
Escrevo porque não consigo calar o meu desgosto perante um país tão adormecido e embalado pelo fait divers, por tudo o que é acessório, por tudo o que cheira a conversa de vizinhas.
Volto a dizer: o tema é A DEFESA DA VIDA. Ficámos a saber que há uma minoria de partidos que respondem afirmativamente aos desafios da defesa da vida. A fazer fé nas sondagens, isto quer dizer que só cerca de 10% das forças políticas que nos representam, ou querem representar, quiseram dizer explicitamente que dão valor à vida, e que acreditam que vale a pena lutar por políticas que respeitem o ser humano em todas as fases da sua vida, que respeitem a família e a sua autonomia para escolher a educação dos filhos.
Também ficámos a saber que o principal partido que nos governa rejeita a defesa da vida e que os que votam no partido dos animais e natureza podem contar com a defesa da vida animal, mas não da vida humana.
Observamos com esperança que existem partidos que, não se tendo afirmado a favor da vida, também não tomam posição contra a vida. É perigoso porque o tema é importante demais para posições dúbias, mas ainda assim resta a possibilidade de não haver alinhamento com aqueles que estão na linha da frente da desumanização da nossa sociedade.
Isto quer dizer que só há três partidos bons ou que os três partidos que responderam afirmativamente às questões lançadas pela FPPV são escolhas acertadas? Não!
Como é óbvio, há partidos que defendem um conjunto de ideias que incluem coisas certas e outras totalmente erradas. No caso do Basta, pelo o que li, defender a castração química de pedófilos por exemplo é algo que é de tal forma inaceitável que, a ser verdade, do meu ponto de vista elimina qualquer hipótese de um voto responsável.
Igualmente inaceitável é admitir que um médico pode matar um paciente seja porque a mãe não o quer ou porque ele próprio não quer viver. Estamos de tal forma adormecidos por ideias que vão sendo embelezadas com palavras que nos aliviam a consciência que acabamos por aceitar votar num partido que as defenda ou que não as refuta de forma categórica. Por isso a FPPV quis acordar as nossas consciências e lançar um tema da maior importância: A DEFESA DA VIDA.
Não embarquemos na conversa da treta, e foquemo-nos nos temas elevados. É por estas razões que devemos ir votar. Por acreditarmos que o nosso voto tem peso. É só um voto, mas será um voto responsável que não balança entre um bom dia de praia a uma boa política de defesa da vida e da família.
Finalmente houve alguém que fez a diferença nesta campanha: foi a Federação Portuguesa pela Vida que incansavelmente luta por um Portugal humanizado. Devemos-lhe todos um agradecimento que certamente retribuiremos com um voto responsável.