Com a chegada ao poder do governo liderado por António Costa, apoiado por Jerónimo de Sousa e Catarina Martins, nestes quatro últimos anos, ouvimos reiteradamente 3 chavões que são uma verdadeira marca d’água da Geringonça:

  1. – A austeridade acabou.
  2. – A culpa pelo estado actual dos serviços públicos e da falta de investimento nos mesmos tem um, e apenas um, grande responsável: o governo da “Troika” liderado por Passos Coelho e Companhia Lda.
  3. – Baixámos os Impostos.

Há quem acredite verdadeiramente no ditado que diz uma mentira repetida muitas vezes torna-se verdade. Vamos então analisar o que os números nos revelam, de uma forma crua e nua!

Segundo o INE e relativamente aos números de 2015, no que concerne aos Transportes Públicos, o governo da Troika investiu aproximadamente 177 milhões de euros. Enquanto em 2016, e já com o governo da Geringonça em plenas funções, o investimento caiu para 78,5 milhões de euros, uma queda para menos de metade do ano anterior, tendo no ano seguinte, 2017, sido de 110,5 milhões de euros, ainda assim muito distante dos valores de 2015 – um desinvestimento de quase 50% nos primeiros 2 anos da Geringonça na área dos transportes e que explica muito do porquê do estado em que este sector se encontra.

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Na área da Saúde, em 2015 com o governo da Troika, a despesa representava 4,7% do PIB, cerca de 8,3 mil milhões de euros, enquanto em 2016, já com governo do PS, PC e BE, o esforço com a despesa na área da saúde não reflectiu a subida de quase 5% do PIB e não sofreu qualquer alteração, mantendo-se nos mesmos 4,7%. Nem a redução do horário de trabalho na Função Pública para as 35 horas semanais impulsionou a óbvia compensação necessária a uma disponibilidade de serviços equivalente. Em 2017, cai para 4,5% e volta a cair em 2018 para 4,4% do PIB, o valor relativo mais baixo de investimento no SNS desde 2003.

Na Educação, infelizmente, os números seguem o mesmo sentido:

Se com o governo da Troika o esforço da despesa era de 3,8% do PIB em 2015, já com o governo da Geringonça em 2016 o valor mantém-se inalterado, tendo em 2017 e 2018 baixado para 3,7%, valor que só encontra paralelo em 1990.

Mas se quisermos analisar todos os sectores do estado, vamos encontrar esta mesma matriz de actuação:
Na Segurança e Ordem Pública: 1,8% no último ano da Troika e 1,6% em 2018.
Na Defesa Nacional: 1% em 2015 e 0,8% em 2018.
Na Acção e Segurança Social: 7,6% no último ano de Passos Coelho e Companhia e 6,7% em 2018 com a Geringonça.

Curiosamente, das poucas áreas que foi contemplada com uma subida real foi a dos Serviços Gerais da Administração Pública que tiveram um aumento de 0,2% de 2015 para 2018.

Por aqui, já podemos concluir, factualmente, ao contrário do que nos é anunciado todos os dias, que o esforço de redução efectiva da despesa, está em implementação, activo e de uma forma transversal aos Serviços do estado.

A Austeridade acabou?

Desde 2015 que vínhamos a assistir ao início de uma recuperação económica nacional, muito ajudada pela conjunctura internacional, e neste âmbito o PIB teve a seguinte evolução:

De 2015 para 2016 subiu 4,9% aproximadamente.

Em 2017 – 4,3%.

E em 2018 – 3,6%.

Um crescimento do PIB, dando porém, sinais de um abrandamento progressivo, em linha inversa a economias homólogas que continuam em crescimento acelerado.

Mas, passando para o capítulo das receitas com Impostos. Em 2015, o Estado arrecadou 38,849 mil milhões de euros em impostos, tendo o valor em 2016 sido de 40,243 mil milhões de euros – o que significa uma subida de 3,6% relativamente ao ano anterior. E os anos seguintes não foram diferentes, subida de 4,9% em 2017 e 5% em 2018 de
receitas com impostos, pagos por todos nós.

Logo aqui esbarramos em mais uma conclusão:

Ao contrário do que o governo diz, cada ano que passa os portugueses estão a pagar mais impostos, em linha contrária ao crescimento da economia que tem estado sucessivamente a abrandar.

Uma outra questão que fica no ar é, tendo a dívida pública crescido, em termos absolutos, mais 14 mil milhões de euros entre 2015 e Janeiro de 2019, onde é que o governo aplicou este dinheiro, uma vez que não foi nos serviços públicos, como o demonstram todos os dados do INE atrás referidos?

Concluindo:
O PIB iniciou uma linha descendente, o que em conjunto com todos os outros indicadores nos deve preocupar. É com o governo da Geringonça, liderado por António Costa, que o esforço da despesa com os serviços públicos diminui de ano para ano, em percentagem superior à do governo da Troika, tendo contribuído, efectivamente, para o estado lamentável em que muitos serviços públicos se encontram.

É com o governo da Geringonça, liderado pelo Partido Socialista que a receita com impostos aumenta de ano para ano, tendo atingido a maior carga fiscal de sempre e, com o uso e abuso das cativações como instrumento de controle do déficit, a servir um
verdadeiro Orçamento de Estado de faz de conta.

Esta é a verdade da mentira que ouvimos há 4 anos, para justificar aumentos de impostos, cativações sucessivas e o estado calamitoso em que se encontram os serviços públicos.

Este governo geringoncico usa todos os artifícios e desinformação para criar uma ilusão de bem-estar e, com a complacência de uma boa imprensa, passa pelos pingos da chuva, imune a quase tudo.

Só um Portugal adormecido pode ignorar os factos e os números!

Só um Portugal adormecido aceita continuar este caminho.

Acorda Portugal!!

* Cantor lírico, dirigente associativo e autarca do CDS no Montijo