Sou de Direita, e não tenho vergonha de o afirmar.

Sou responsável político, autarca eleito e desde que o assumi e passei a intervir publicamente, os carimbos, chavões e o escrutínio pessoal não mais deixaram de aparecer.

Já me atribuíram vários epítetos, como retrógrado, extremista, fascista, perdedor.

Pois, retrógrados, são os que tentam implementar a censura, através do politicamente correcto, através da ideologia do gosto, através da limitação no conteúdo de qualquer declaração ou intervenção pública.

Extremistas, são aqueles que patrocinam todo o tipo de iniciativas que tem como único objectivo destruir tradições, anular rituais, renegar, deturpar ou mesmo apagar a própria História.

Perdedores, são aqueles que desperdiçam tempo e energia a protestar, e a tentar impedir, custe o que custar, a afirmação das liberdades dos outros.

Fascistas, são os que apoiam as modernas formas de Eugenía, como o aborto, a eutanásia, a manipulação hormonal de crianças desde tenra idade, as barrigas de aluguer.

São muito fáceis os chavões!

Que queremos limitar direitos às mulheres!

Quando o que acreditamos, é em garantir o direito de uma mulher poder ser o que quiser.

O direito de ser mãe sem ter que renunciar ao seu emprego, à sua carreira.

O direito de uma mulher, que quer abortar porque não tem alternativa, de ter a alternativa!

Chamam-nos retrógrados, afirmando que travamos a evolução a que designam de civilizacional, que queremos voltar à idade média!

Pois bem, daqueles que renegam a natureza, renegam a genética, renegam a matéria e a ciência não aceitamos lições de história.

Atacam no plano pessoal, insultam, denigrem.

Nós acreditamos que, para cada escolha que fazemos, corresponde uma consequência e da qual temos de assumir todas as responsabilidades.

Recusamos uma sociedade onde cada desejo, cada capricho se converte em direito, onde ninguém assume responsabilidades, inclusive o Estado, e onde uns poucos se esforçam para pagar os direitos de muitos.

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E isto não é uma afirmação confessional!

É puro, laico bom-senso.

Uma sociedade evoluída é aquela que tem capacidade para se auto-questionar. E todas as perguntas, por mais difíceis que sejam, devem ser feitas, aprofundadas, obrigando à reflexão, procurando respostas sensatas, credíveis.

É justa uma sociedade que gasta grande parte das suas energias e recursos, à procura de formas fáceis, imediatas, rápidas de se libertar da vida humana ao invés de a defender?

É isto aceitavél? Civilizado?

É justo que sejam proibidos por lei os maus tratos e abate de animais, mas isso possa ser feito legalmente, no ventre de uma qualquer mãe humana, ou não tenha o mesmo tratamento  como no caso do abandono e maus tratos a idosos?

Quando uma vida como a de Alfie Evans, é definida como “fútil” pelos tribunais, quanto tempo demorará a passar a ser definida como “inútil”, a vida de um portador de deficiência, de um idoso, de um qualquer ser humano que não esteja enquadrado no perfil da dita perfeição civilizacional?

Quanto tempo?

E porque é que nos ocupamos com delitos de opinião, mas fazemos de conta que não vemos a maior discriminação em acto, que é actualmente, a perseguição aos cristãos de todo o mundo. Porquê?

Porque é que a família é o inimigo da esquerda?

Porque é que a família provoca tanto medo?

Há uma resposta única para estas perguntas!

Porque a família nos define, é a nossa identidade e nela, cada indivíduo contribui, com o esforço próprio para o sucesso de todos.

A estratégia dos que defendem uma sociedade socialista/coletivista, almeja a ausência de identidade, a desestruturação da sociedade, a criação e amestramento de massas, bem divididas por minorias, castas, tratadas como grupos e anulando o indivíduo.

E para isto ataca-se a identidade nacional e histórica, ataca-se a identidade religiosa, ataca-se a identidade familiar.

A simples afirmação de ser português, cristão, homem, pai de cinco filhos, é posta em causa.

Deverei a ser o cidadão X, do género Y, progenitor 1 ou progenitor 2!

Serei número de uma determinada casta.

E quando for apenas um número, quando não tiver mais identidade, quando já não tiver raízes, então sim, serei o perfeito consumidor, totalmente dependente do Estado!

Estas são as razões por que a Direita é a alternativa.

Porque estamos aqui para afirmar e reafirmar que NÃO SOMOS NÚMEROS!

Defenderemos sempre o valor da pessoa humana, do indivíduo, pois cada indivíduo é único e tem um código genético irrepetível, que herdamos do nosso pai, da nossa mãe e do meio ambiente que nos rodeia.

E isto é que é sagrado, e não deixaremos de o defender!

Defenderemos o direito à dissidência!

Defenderemos o direito a pensar diferente, e poder dizê-lo em liberdade!

Defenderemos o direito à iniciativa privada, à meritocracia!

Defenderemos o direito de dizer que a Pessoa é depositária de direitos, independentemente da sua raça, sexo, ideologia politica, religião, ou orientação sexual.

Defenderemos o direito de dizer que a vida é inviolável desde a sua concepção até à morte natural e que teremos a Família como instituição capital da nossa sociedade.

O direito a dizer e a defender a verdadeira equidade, e que todo tipo de radicalismo só busca o conflito.

O direito a dizer e defender que não há uma interpretação única da História, e que não aceitaremos a imposição de uma versão de esquerda que enfrenta o passado português, dele se envergonha e o nega.

O direito a dizer e defender uma emigração legal, ordenada e respeitosa para com a nossa Lei e Cultura.

O direito a dizer e opormo-nos, como pais, a qualquer in doutrinamento ideológico que tentem submeter os nossos filhos.

Defenderemos o direito à diferença.

Escreveu Chesterton, há mais de um século:

“Fogos serão atiçados para demonstrar que dois mais dois são quatro.

Espadas serão empunhadas para provar que as folhas são verdes no verão.”

Este tempo chegou. É agora.

Sou de direita, e tenho orgulho no que sou!