António de Almeida Santos foi uma personalidade ímpar da democracia portuguesa e um homem de causas.
Estudou em Coimbra, onde tirou o curso de Direito, e iniciou o seu percurso profissional como advogado em Moçambique, onde também se destacou no combate ao regime político ditatorial de Salazar. Concorreu como deputado à Assembleia Nacional em listas de oposição e representou o General Humberto Delgado nas eleições presidenciais de 1958.
Com a Revolução dos Cravos, António Almeida Santos veio para o continente e aqui distinguiu-se como um elemento fundamental e mesmo obreiro imprescindível no processo de descolonização, nomeadamente enquanto Ministro da Coordenação Interterritorial. Foi, aliás, o único ministro que participou na discussão e assinatura de todos os tratados de descolonização dos territórios coloniais, neles tendo desempenhado um papel de extrema relevância, inclusive, na redação dos respetivos tratados. Mais tarde teve também um papel fundamental, e mesmo decisivo, na gestão dos graves problemas advindos do retorno de 500.000 portugueses residentes nos territórios ultramarinos e a sua simultânea integração socioeconómica no seio da comunidade nacional.
Como ministro da Justiça, António Almeida Santos teve um papel fulcral na adaptação da legislação portuguesa à nova Constituição da República Portuguesa saída do 25 de Abril, e, bem assim, a sua contribuição foi essencial para a concretização das sucessivas revisões constitucionais feitas posteriormente, todas no sentido de plasmar na Constituição da República Portuguesa a consolidação do regime democrático e a integração de Portugal no seio da comunidade europeia.
António de Almeida Santos foi deputado em várias legislaturas, presidente da Assembleia da República, presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, presidente do Partido Socialista, e desempenhou muitos outros e variados cargos, sempre ao serviço da democracia e do seu povo, em todos se tendo sempre destacado pela sua inteligência, fineza de trato e brilhantismo.
António de Almeida Santos foi um político dotado de uma cultura superior, de uma inteligência e de brilhantismo na intervenção política que a todos se impôs e mereceu a admiração de todos os socialistas e de pessoas de todos os quadrantes político-partidários. Foi, não restam dúvidas, uma personalidade incontornável da nossa democracia, e da nossa República que deixa uma indelével marca no panorama nacional. A sua vida perdurará para além da sua morte.
Deputado do PS