O País está um lamaçal. António Costa, naturalmente, prepara a sua saída. E, sem surpresa, sairá em braços, aclamado por (quase) todos, um grande orgulho nacional termos mais um político local guindado às altas hierarquias internacionais.

António Costa, apelidado por um conhecido comentador “o maior político nacional desde o 25 de Abril”, o grande mago dos acordos e das piruetas políticas, prossegue a gestão hábil da sua carreira política, geladamente indiferente aos impactos dessa gestão na vida dos Portugueses.

E os Portugueses acatam. E aplaudem.

Depois de termos batido recordes mundiais de mortes no início da pandemia, a gestão do Serviço Nacional de Saúde é feita com base numa ideologia de índole comunista, não estando focada nos interesses dos pacientes e dos profissionais da área. O SNS está em risco de implosão. O que acontece à Senhora Ministra responsável? É mantida no lugar, passeia sorrisos em programas televisivos, já foi apresentada como putativa candidata a chefe do partido e bate recordes de popularidade (em sondagens cuja base desconhecemos).

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Um paiol à responsabilidade do Estado é assaltado durante a noite. A sequência de eventos é quase indescritível, porque incompreensível. O que acontece ao Senhor Ministro responsável? Depois de enorme pressão acaba por ser convidado a sair, passeia a sua impunidade durante alguns meses e, actualmente, já aparece como comentador convidado num canal televisivo.

Durante mais de seis anos assiste-se à diabolização do ensino privado, dinamitando-se no processo o próprio ensino publico. O que acontece ao Senhor Secretário de Estado responsável por essas políticas? É promovido a Ministro. E já está aparentemente na calha para um estimado posto internacional.

A abissal inoperância e desorganização do Estado gera dezenas de mortes na sequência de incêndios na zona centro do País. O que acontece? Uma longa investigação não produz qualquer resultado. Há um cidadão europeu barbaramente assassinado nos serviços de fronteira no aeroporto de Lisboa. O que acontece? Desfaz-se o SEF. O que acontece ao Senhor Ministro responsável por esta área? É mantido no posto obviamente. Até ocorrer uma nova morte na autoestrada. Entretanto, sem SEF, actualmente há turistas que demoram mais de cinco horas a sair do aeroporto de Lisboa para entrar no País.

Da justiça não vale a pena falarmos. A palavra passa para José Sócrates.

E o que faz o Senhor Presidente da República, o último recurso? Sorri, abraça, aparece à frente das câmaras de televisão, ameaça, recua, não veta, manifesta surpresa, insinua, aparece à frente das câmaras de televisão, toma banho na praia, sorri, brinca, comenta, abraça, discursa, ameaça, veta, recua, aparece à frente das câmaras de televisão, comenta.

E pronto. Se todos sorriem é porque está tudo bem.

Uma carga fiscal sem qualquer paralelo em nenhum país europeu? Aguenta-se e escapa-se. A gasolina mais cara da Europa? Mas mantêm-se as bichas nas entradas das cidades…

Uma economia anémica empurra milhares de jovens com formação superior a procurarem outros destinos na Europa e no Mundo? Cria-se mais um subsídio para manter as empresas locais ligadas à máquina.

Os grupos de media estão falidos e não há qualquer escrutínio à actividade governativa? Óptimo! Mantêm-se os subsídios e as loas à governação. E as televisões naturalmente não largam o futebol: Cristiano Ronaldo, já uma estátua de cera, ainda marca golos, que maravilha.

Onde estão os partidos da oposição? Ninguém sabe. E no coração da democracia – o Parlamento – o que acontece? Discute-se a iminente falência do sistema de Segurança Social e procuram-se caminhos e soluções? Não. Analisa-se à exaustão a morte assistida.

Estarão os governantes todos doidos? Estaremos nós todos doidos?

Todos não. António Costa não está: dita a agenda, faz acordos, compra adversários ou sindicatos, declama objectivos, grita demagogias, rasga acordos, gere silêncios e a sua carreira. E sorri. Sorri muito.

Parece que António Costa, “o maior político nacional desde o 25 de Abril” vai voar para outras paragens.

Deixa o País em cacos.

Com muito orgulho.