O país vai novamente a eleições no próximo dia 10 de março e já vimos uma correria de propaganda vinda dos governantes e militantes socialistas.
Nos últimos tempos temos ouvido o novo secretário-geral do Partido Socialista a tentar passar a ideia de que o PS é o único partido da mudança e em quem os portugueses podem confiar. Mas será que podem mesmo? Não!
Pedro Nuno Santos ainda não conseguiu mostrar que é diferente de António Costa. Aliás, o próprio tem descartado prestar ou pedir explicações sobre os casos que envolvem o atual governo, agora demissionário. Ainda recentemente, com o caso da compra das ações dos CTT tivemos um bom exemplo da ausência de explicações e até do habitual “dito e não dito” que Pedro Nuno Santos nos tem vindo a habituar.
Se os portugueses esperam uma mudança vinda do PS, então podem esperar sentados. O Partido Socialista não é um partido reformista e, nos últimos anos, têm sido sempre as mesmas caras a governar, num jogo de cadeiras de poder fechada na cúpula socialista, sem a renovação e inovação que os tempos exigem.
A campanha legislativa tem-se baseado em acusações e num vazio de propostas concretas para os problemas reais do país. Pessoalmente, esperava mais do Congresso do Partido Socialista.
Não há propostas. O que existe é uma tentativa repetida e fracassada de colar o PSD à extrema-direita e passar a imagem de que o país com um governo de direita empobrece num discurso repetido e demagógico.
Não foi o PSD que empobreceu o país nem iniciou a política de austeridade. Foi o governo de maioria absoluta de PS, na altura liderado por José Sócrates.
Pedro Nuno Santos afirma que o partido que lidera é o que está mais bem posicionado para resolver os problemas do país! É absolutamente falso! O retrato está e esteve à vista de todos nos últimos 8 anos. O país não só perdeu a oportunidade de se reformar como, o governo que Pedro Nuno Santos integrou, regrediu em áreas como a saúde, educação e economia – com especial destaque para a pasta da habitação, que o próprio secretário-geral do PS tutelou.
Na saúde verificamos várias greves, fechos de urgências, maternidades e aumento dos tempos de espera.
Olhando para a educação, nunca os resultados internacionais foram tão maus como os atuais, há alunos que ainda não têm professores a pelo menos uma disciplina e ainda assistimos a várias greves.
A economia está a regredir. Os países com quem competimos já nos estão a ultrapassar, as exportações têm caído, o desemprego aumentado e, atualmente, os portugueses pagam a maior carga fiscal da história da nossa democracia.
No mesmo fim de semana em que decorreu o Congresso do PS, foi apresentada a nova Aliança Democrática, que une o PSD, CDS-PP e PPM. A criação desta aliança é benéfica? Creio que sim – traz novos desafios, maior capacidade de diálogo e de compromisso.
Esta aliança permitirá que a direita volte a aproximar-se das suas origens, o CDS-PP poderá voltar a ter grupo parlamentar e trará maior estabilidade.
Luís Montenegro, enquanto líder desta aliança, terá oportunidade de mostrar que a base histórica desta aliança está bem patente. No fundo, deverá mostrar um plano reformista para o país, tal como Francisco Sá Carneiro o tinha na altura da criação da AD.
A campanha eleitoral tem-se baseado no negativismo e na especulação. É importante haver uma comunicação assertiva e um debate com a sociedade sobre as várias ideias para reformar os setores estruturais do país! Exige-se clareza!
Importa referir que Luís Montenegro já clarificou que não fará acordos com o Chega e que não governará se não tiver maioria. Enquanto isso, Pedro Nuno Santos ainda não foi capaz de esclarecer e dizer aos portugueses o que fará nessa circunstância.
Será benéfico que o líder do PS esclareça se viabiliza um governo minoritário de direita, se fará acordos com a extrema-esquerda e o que fará caso não tenha maioria para governar. Formará uma nova gerigonça? Ainda não sabemos.
No próximo dia 10 de março a escolha é bastante clara: os portugueses decidirão se preferem a continuidade da estagnação ou se contam com a Aliança Democrática para reformar e alavancar o país. Em todo o caso, os portugueses não se devem deixar iludir e devem exigir aos candidatos clareza, seriedade e compromisso!