Ao longo destes quase 50 anos de democracia e 50 de partido socialista, a sociedade portuguesa tem passado por inúmeras fases desde o agitado período revolucionário até aos mais recentes dias da nossa democracia.

Durante a maior parte do referido período, os partidos moderados desempenharam um papel fulcral na estabilidade da sociedade portuguesa. No quadro desses partidos, o papel do partido socialista juntamente com o do PSD e do CDS foi fulcral na luta pela democracia, construção do estado social e melhoria das condições de vida na última parte do século XXI.

No entanto, apesar dos feitos enumerados alcançados pelos partidos moderados onde se incluía o partido socialista, os últimos anos deste “novo partido socialista” envergonham os seus feitos. Desenganem-se, este não é o partido socialista fundado por Mário Soares, este é sim o “novo partido socialista”. Dos três líderes que chefiaram este “novo partido socialista”, José Sócrates e António Costa e Pedro Nuno Santos, gostaria de abordar um em específico, António Costa.

António Costa, à semelhança deste “novo partido”, encara o poder como um fim em si mesmo. Por essa razão, em 2015, decidiu por fim ao pacto moderado que existia na sociedade portuguesa para incluir 2 partidos radicais no arco da governação. O resultado é o que já sabemos e acima de tudo sentimos:

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

  • Aumento da carga fiscal de mais 3% do PIB de 2015 para 2023 (34,2%->37,2%)
  • Serviços públicos depauperados (e.g. saúde e educação)
  • Recorde no número de funcionários públicos
  • Economia baseada em baixos salários
  • Crise na habitação

Dificilmente o cenário poderia ser pior, ainda para mais quando se considera a situação extremamente favorável de juros baixos existente durante estes anos.

Com a demissão de António Costa, o seu radicalismo tático é agora passado para o seu sucessor, Pedro Nuno Santos, e respetiva entourage. O desejo e a ânsia de poder deste “novo partido socialista” é tal, que assumem agora sem problemas que continuarão na sua deriva radical com a formação de uma nova geringonça, fazendo-me inclusivamente pensar se no limite não ponderarão na sua equação a inclusão do partido Chega, à semelhança do que fez Pedro Sánchez em Espanha com o Batasuna.

Para este “novo partido socialista”, a presença de 80 mil euros no gabinete do primeiro-ministro é encarada com toda a naturalidade. A adicionar, a deslocação de grávidas por todo o país não passa de um belo passeio, ou a espera de anos por uma cirurgia é encarada como um teste à resiliência de cada um de nós. Nada poderia ser melhor no país deste “novo partido socialista”!

Apesar da situação catastrófica que sentimos e que pode infelizmente ser exponenciada caso o radicalismo vença no dia 10 de março de 2024, acredito que é possível um país muito diferente. Um país onde a moderação e o equilíbrio imperem, existindo uma equipa governativa com experiência profissional e cívica relevantes. Acredito num país onde os salários estejam alinhados com os países mais ricos da Europa. Politicamente, sei que é fundamental não pôr em causa a ajuda tão necessária à Ucrânia, ajuda essa consensual na sociedade portuguesa.

Por todos estes motivos, dia 10 de março, como país, temos de dizer não ao radicalismo. Não ao radicalismo da extrema-esquerda agora liderado por Pedro Nuno Santos, e não ao populismo de André Ventura. Dia 10 de março, e depois do que se passou nos últimos 8 anos, todos os portugueses saberão qual a génese deste “novo partido socialista”, existindo de entre as poucas forças democráticas moderadas uma única opção realmente transformadora da vida dos portugueses, a opção da Iniciativa Liberal.

Dia 10 de março, tal como já foi feito em seu devido tempo com o fascismo e o comunismo, temos de dizer definitivamente não ao radicalismo perigoso que representa o socialismo, abrindo espaço à alternativa moderada e reformadora que o país precisa, representada em grande parte pela Iniciativa Liberal.

Essa escolha depende de cada um de nós, e o momento é agora.