Na quinta-feira o mundo empobreceu com a morte da Rainha Isabel II. Com ela partiram as melhores qualidades humanas: lealdade, honestidade, sentido de dever, empatia, perseverança, constância e imparcialidade. Diria aliás, que Sua Majestade personificava aquilo que seria o mais próximo da perfeição. Num longo reinado de 70 anos, não há nenhum deslize, nem tão pouco algum escândalo que lhe possa ser imputado. É efetivamente uma das suas maiores obras. A sua lealdade ao povo britânico foi por isso notável, tendo até ao seu último suspiro cumprido a promessa que havia feito num célebre discurso que todos conhecemos: servir até ao fim.
Contemporaneamente, com uma enormíssima dificuldade encontramos alguém que do princípio ao fim da sua vida não tenha sido uma única vez incoerente, ou as suas atitudes deixassem a desejar. Recordo a esse respeito, o episódio em que Sua Majestade, se curvou perante a urna da então Dama Spencer, que era efetivamente a sua antítese. Um grande ensinamento, e uma tremenda humildade, por alguém tão diferente, e que em parte contribuiu para períodos negros da história da monarquia inglesa.
Nestes tristes tempos, que agora todos nós infelizmente vivemos, resta-nos prestar uma condigna homenagem a uma matriarca que serve de inspiração a todos nós, sejamos sapateiros, engenheiros, reis ou príncipes. Em qualquer condição, podemos retirar estes ensinamentos.
Doravante, assistimos a um período de incertezas , onde não sabemos qual é o destino do nosso mais velho aliado. Como monárquico orgulhoso, e grande adepto da monarquia mais notável do mundo, faço votos de sucesso ao povo britânico, na pessoa de Sua Majestade O Rei Carlos III. Deus salve o Rei! Longa vida ao Rei!
Manhã de sexta-feira, aos nove dias do mês de Setembro, em Lisboa.