Na websummit Montenegro anunciou que Portugal vai desenvolver um LLM (large language model) em português no primeiro trimestre de 2025. Portugal a dar passos na IA, com certeza a precisar da Europa para o fazer!

Todavia, contudo, porém, não obstante… a Europa está atrasada neste domínio!

Se outrora o velho continente se destacou pela sua inovação. Se sempre foi a primeiro a dar o pontapé de saída. Hoje, a Europa está lentificada, perdeu energia e barricou-se numa estrutura que a impede de ser pioneira, ambiciosa ou astuta.

A introdução da inteligência artificial (IA) na Europa tem sido uma jornada morosa (estamos a falar de inovação tecnológica, onde atrasar o processo em um dia significa perder o comboio). A introdução da IA está a ser marcada pelo equilíbrio entre inovação tecnológica e responsabilidade ética.

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O desejo da Europa é ser uma líder global em IA, promovendo avanços no setor enquanto mantém valores fundamentais como a proteção de direitos humanos, a privacidade e a transparência. Ninguém aqui discorda deste posicionamento. A defesa deste posicionamento levou a Comissão Europeia, em 2018, a criar o plano de ação para a IA. O grande objetivo é incentivar investimentos, pesquisa e inovação em IA, garantindo a cooperação entre os Estados-Membros e o setor privado.

Plano feito… plano parado!

Nos últimos cinco anos a China investiu três vezes mais em IA do que a UE e os EUA seis vezes mais. Nos EUA 73 % das empresas usam a IA. Na Europa falamos em 8% das empresas. Com a entrada de Musk nos meandros da política Americana em 2025, será fácil deduzir que esta discrepância ainda se torne maior.

Para defender o equilíbrio entre os avanços da IA e a responsabilidade ética foi definida a necessidade de desenhar um regulamento Europeu, que serviria para classificar os sistemas de IA com base nos riscos que representam para os cidadãos. Propondo restrições rigorosas para IA de “alto risco”, como as utilizadas em áreas críticas como saúde, transporte e recrutamento. Ora… em 2024 este, ainda se encontra em desenvolvimento, sem linhas definidas. Está a tentar-se regular algo, que ainda não existe, e que ainda, não se conhece. Parece contraproducente.

Claro que a Europa investe em pesquisa como o programa Horizon Europe, que inclui milhões de euros em financiamento para pesquisa e inovação em IA. Além disso, institutos como o CLAIRE (Confederation of Laboratories for AI Research in Europe) apoiam avanços científicos e tecnológicos. Também são apoiados projetos educativos que visem capacitar a mão de obra neste domínio. Agora, isto é, uma gota no oceano comparado com os EUA ou a China.

Há desafios que são importantes serem ultrapassados, um deles é a forte fragmentação no tecido interno europeu. As diferenças nos níveis de desenvolvimento digital entre os Estados-Membros dificultam a criação de uma abordagem uniforme. Acresce ainda uma forte desconfiança pública, muitos cidadãos europeus estão preocupados com o impacto da IA no emprego, privacidade e ética, o que exige uma abordagem transparente para ganhar confiança.

A IA veio para ficar e está a transformar setores como saúde, indústria, transportes e educação e tem um milhão de potencialidades. Não se pode perder este comboio, que só irá agravar a forte dependência que a Europa já sente nas mais diversas áreas como a energia, a tecnologia e até mesmo nas cadeias de produção.