Geração Z, Millennials, Geração X, Baby Boomers. Todas estas são designações de gerações classificadas palas suas faixas etárias e cada uma com características tão diferenciadoras.
A Geração Z e os Millennials são, muitas vezes, confundidos. A Geração Z é vista como uma “versão mais nova” dos Millennials e essa premissa não podia estar mais distante da realidade.
Apesar de, obviamente nem todos os indivíduos possuírem os mesmos traços de personalidade, cultura e contexto é notório que a maioria dos jovens inseridos na geração 15-25 anos apresentam as suas próprias características, com uma particularidade muito interessante – estão a ingressar no mercado de trabalho durante uma pandemia global, o que lhes está a moldar significativamente a visão do mundo.
Nos últimos anos, verificou-se uma adaptação enorme por parte da maioria das empresas às exigências dos Millennials, que passavam, acima de tudo, pela flexibilidade de horários, trabalho remoto e benefícios extrassalariais.
Agora, é necessária uma reorganização. A Geração Z no mercado de trabalho aproxima-se, atualmente, à Geração X, aquela que é designadamente mais realista e consciente das dificuldades do universo laboral. E esse facto está a ser reforçado agora, com a pandemia, numa altura em que o desemprego disparou e muitas empresas viram-se obrigadas a ajustar a sua operação.
Se para os Millennials uma das prioridades era o trabalho remoto, para a Geração Z, ter um local físico onde possa trabalhar é um dos seus maiores desejos. Com esta geração a entrar no mercado, há uma grande expetativa sobre o regresso ao culto do antigamente.
E o que significa este “antigamente”? Em muitos casos, significa desejarem uma maior estabilidade profissional. Sim, esta geração parece querer crescer numa empresa onde se sinta bem, onde se sinta a aprender e a participar, sem necessidade de estar sempre a mudar, só porque sim. Com o desenvolvimento do autoconhecimento, esta geração saberá melhor o que quer. A Geração Z, que representa, este ano, mais de 10% da força de trabalho em Portugal, é a geração que está mais imersa no digital e terá, a longo prazo, dificuldade em lembrar-se do mundo sem wi-fi. É a geração que, fruto do uso excessivo das tecnologias, está mais informada do que qualquer outra e, por isso, sabe de todas as dificuldades que os seus antecessores tiveram de passar, fruto das últimas crises financeiras.
Quanto ao tipo de benefícios que valorizam no mercado de trabalho, apesar de serem mais realistas do que a geração anterior, não deixam de almejar um equilíbrio entre a vida profissional e familiar. Por terem visto os seus pais, sabem o que não querem para si e apesar de considerarem um trabalho mais estável, não querem trabalhar das 9h00 às 18h00 se isso significar abdicar do tempo pessoal. A valorização individual é, para esta geração, muito importante.
Pelas suas características únicas, esta geração constitui um autêntico desafio para os líderes das empresas. Captar e reter talento nesta geração significa fazer cedências a que, muitas vezes, as empresas não estão dispostas. Apesar de ser uma geração totalmente disponível e com vontade de trabalhar, não irá fazê-lo por um salário que não demonstre as suas qualificações e, muito menos, numa empresa que não seja complacente com as suas convicções.
Nesse sentido, há dois conselhos que gostaria de deixar a quem procura integrar um jovem desta geração na sua empresa: saber ouvir e procurar valorizar. Um dos traços mais marcantes desta geração é a sua capacidade de questionar tudo à sua volta. Um líder tem que ter o tempo necessário e a vontade de saber ouvir estas questões e responder com certezas. Muitas das dúvidas desta geração vão ajudar a empresa a crescer. Quanto ao procurar valorizar, este é bastante óbvio – num novo emprego, esta geração procura validação e a valorização profissional e não, necessariamente a nível salarial, mas muitas vezes uma melhoria das condições de trabalho.
Bem-vinda, Geração Z.