Os bancos consideraram a geração millenial um target pouco lucrativo e esperaram demasiado tempo para satisfazer as suas necessidades financeiras. Tardiamente, mas ainda a tempo, estão a tentar encontrar várias soluções para os conquistar. Se quiserem tirar ensinamentos do passado, é agora altura de olhar para o futuro e o futuro é a geração Z, que ronda as idades entre os 7 e os 18 anos.

Os mais velhos da Geração Z estão este momento a sair do ensino secundário e a entrar na universidade, é a geração que só conheceu o paradigma mundial do pós 11 de setembro, que passou pela crise mundial de 2008 e mais importante ainda, é já a segunda geração da era digital.

Esta geração de Digital Natives não quer cometer os erros dos seus antecessores: querem quebrar o ciclo da dívida e serem independentes financeiramente. Gostam mais de usar cartões de débito, cartões pré-pagos e aplicações onde podem consultar e transferir o seu dinheiro, no entanto valorizam muito a relação que o banco tem com o consumidor e querem métodos de pagamento alternativos que envolvem o P2P (Person to Person). Distanciando-se do modo de vida dos millenials, a Geração Z gosta de poupar e tende a gastar menos dinheiro. Daí as contas poupança serem um must have e as contas conjuntas com os pais serem também uma opção muito usada. O consumidor protótipo deste grupo aprecia o mundo digital intuitivo, rápido e eficaz e “fideliza-se” sozinho. Basta que esteja satisfeito com o serviço bancário fornecido e que exista identificação com o mesmo. O cartão de débito ainda é o método mais utilizado pela Geração Z, no entanto o serviço online banking está logo em segundo lugar, com perspetivas de crescimento exponencial. O MB Way também veio revolucionar a forma de pagamento, pela forma simples de utilizar.

No entanto é preciso ter atenção à forma como se comunica para esta geração: a Geração Z é cética quanto à publicidade e aprecia a transparência. É importante que os bancos apostem num lado mais humanístico e numa aproximação criativa através de influenciadores. Evitar ao máximo a comunicação demasiado intrusiva, especialmente se for pouco relevante e para além das redes sociais, usar os meios de comunicação tradicionais que esta geração continua a consumir, como a rádio online, a TV em delay. Estes jovens gostam de se sentir importantes e ser bajulados a todos os níveis.

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Segundo um artigo do site The Financial Brand, Generation Z: The Future of Banking, nos Estados Unidos, os jovens mostram-se acessíveis a programas de educação financeira. Estes programas dão uma visão e uma perspetiva mais profunda sobre os investimentos, formas e métodos de poupança e informação mais detalhada sobre o funcionamento dos créditos. Também em Portugal alguns bancos desenvolvem programas educacionais que impactam a Geração Z que acaba de entrar no ensino superior, apostando na sua presença nas universidades, não só via balcões, como também através de bolsas de estudo, prémios e apoios à investigação.

O passado ficou para trás e o presente precisa de mudar para assegurar o futuro: a melhor forma de o fazer é apostar na Geração Z.

Sandra Alvarez é diretora geral da PHD