A decisão do Governo em escolher o Bombarral como localização para o novo Hospital do Oeste tem gerado intensos debates e perplexidades. Essa decisão deve ser revertida em favor de uma opção mais adequada que seria logicamente as Caldas da Rainha.
A escolha da localização de um hospital é fundamental para garantir a acessibilidade e a qualidade dos cuidados de saúde. Diversos fatores devem ser considerados, como a densidade populacional, a proximidade de áreas urbanas, a infraestrutura existente e as necessidades históricas e atuais da região.
Ao compararmos os dados numéricos da população, fica claro que a opção do Bombarral apresenta desvantagens significativas. O Bombarral possui aproximadamente 12.750 habitantes, com uma densidade populacional de 139,7 habitantes por km². Em contraste, as Caldas da Rainha abrigam cerca de 50.917 habitantes, com uma densidade populacional de 199,1 habitantes por km².
As Caldas da Rainha possuem um histórico notável quando se trata de cuidados de saúde. A cidade é berço do Hospital Termal, fundado pela Rainha D. Leonor em 1485, e do Hospital Civil de Santo Isidoro, inaugurado pelo Rei D. Carlos em 1893 e . Essas instituições prestaram serviços médicos à população local durante séculos, estabelecendo uma tradição de cuidados de saúde na região.
Além de considerar a construção de um novo hospital, é crucial avaliar a possibilidade de reconversão das estruturas hospitalares existentes. No caso das Caldas da Rainha, o Hospital das Caldas da Rainha, inaugurado em 1967, possui um histórico relevante e precisa urgentemente de ser modernizado para atender às necessidades de saúde da região. Essa abordagem não apenas otimizaria os recursos disponíveis, mas também preservaria a identidade histórica e cultural da cidade.
Ao tomar uma decisão tão importante, é fundamental que critérios de avaliação transparentes sejam aplicados. As decisões devem ser baseadas em dados quantitativos e qualitativos, considerando a densidade populacional, a infraestrutura existente, a proximidade de áreas urbanas e as necessidades de saúde da população. É necessário um debate aberto e inclusivo, que envolva todos os stakeholders e permita a participação da comunidade.
Considerando os aspetos apresentados, torna-se evidente que a escolha do Bombarral para a localização do novo Hospital do Oeste deve ser revertida. As Caldas da Rainha oferecem uma densidade populacional mais alta, uma herança histórica relevante e a possibilidade de aproveitar a infraestrutura hospitalar existente. Reverter essa decisão seria mais benéfico para a população, garantindo o acesso a cuidados de saúde de qualidade e preservando a identidade histórica da região.
A escolha da localização do novo Hospital do Oeste deve ser cuidadosamente avaliada com base em critérios transparentes e dados precisos. A opção pelo Bombarral apresenta desafios significativos, considerando sua menor densidade populacional e a falta de uma infraestrutura hospitalar consolidada. Por outro lado, as Caldas da Rainha oferecem uma solução mais viável, com uma população mais expressiva e um histórico notável de prestação de cuidados de saúde. É fundamental reavaliar essa decisão em favor de uma localização que atenda de forma eficiente às necessidades de saúde da região e garanta o bem-estar da população.
P.S. Aconselhamos os leitores do Observador a ler o texto do site do SNS sobre o Centro Hospitalar do Oeste/ Unidade de Caldas da Rainha, que o Ministro da Saúde manifestamente deve desconhecer.