Desde tenra idade que sempre me fez confusão o motivo para o Partido Comunista Português se imiscuir em tudo o que era assunto laboral, chamando para si a quase exclusividade das celebrações do Dia do Trabalhador.

A origem do Dia do Trabalhador remonta a 1886, por ocasião de uma grande greve geral nos Estados Unidos da América, na qual os trabalhadores protestavam pela redução do horário de trabalho para 8 horas diárias. A Revolta de Haymarket, como ficou conhecida, foi promovida pelo sindicato “Knights of Labour”, (sindicato que primava pela liberdade e igualdade entre pessoas, independentemente do seu género ou raça) e resultou em 130 feridos e na morte de 11 pessoas. Teve repercussões um pouco por todo o mundo, chegando a Portugal em 1890, ano a partir do qual seria instituído que o primeiro de maio seria reconhecido como o Dia do Trabalhador. Em 1974 este dia passaria a feriado nacional. Considerando as origens liberais do sindicato que promoveu a sua difusão e que o ano da fundação do PCP (1921) ocorre 31 anos depois da primeira celebração, não deixa de ser estranho que o PCP reivindique, num sistema de quase exclusividade, as celebrações associadas a esta data.

De acordo com o Instituto Nacional de Estatística, a força laboral portuguesa está dividida em 3,7% no setor primário (Agricultura, pesca e mineração), 22,6% no setor secundário (indústria e construção) e 73,7% no setor terciário (Comércio e Serviços). Como é do conhecimento geral, as palavras de ordem proferidos pelo PCP são dedicadas em quase exclusividade aos “operários”, razão pela qual podemos inferir que as celebrações do Dia do Trabalhador promovidas pelo PCP abrangem pouco mais de 25% da força laboral nacional.

Não obstante, não posso deixar de salientar o mérito que o PCP merece ver reconhecido pelo seu histórico na luta pelos direitos dos trabalhadores, principalmente até 1990.

Os dados atuais mostram que é hora de olhar para o futuro e considerar outras opções políticas, onde a maioria dos trabalhadores se reveja. O liberalismo, por exemplo, valoriza a liberdade individual, a igualdade de oportunidades, a redução de impostos e a meritocracia, soluções que resultam em melhores condições de vida e de trabalho para a larga maioria dos trabalhadores portugueses.

Como Charles Darwin diria, é o que melhor se adapta que sobrevive! O PCP continua agarrado a ideias antiquadas, não adequadas ao mercado atual e que prejudicam o dinamismo da força laboral portuguesa. É por todos estes motivos que devemos refletir sobre o porquê de o Dia do Trabalhador ter perdido o seu significado para muitas pessoas. Na minha opinião, a resposta é simples, o PCP tomou o feriado como sendo da sua exclusividade e representa apenas uma pequena percentagem dos portugueses, negligenciando os interesses e necessidades da larga maioria dos trabalhadores.

É hora de nos libertarmos do jugo do PCP e recuperarmos o significado deste dia para todos os trabalhadores portugueses. O Dia dos Trabalhadores é sinónimo de Pluralidade e Liberdade e não de exclusividade e autocracia. Este feriado foi criado para celebrar a importância do trabalho e dos trabalhadores na sociedade, e isso não pode ser exclusividade de um único partido político.

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