Uma sociedade constituída por indivíduos autónomos, onde os poderes estão fragmentados e descentralizados, é catalisadora de uma ordem social capaz de aproveitar da melhor forma as oportunidades existentes, quer para melhorar as condições de vida materiais, quer para a prossecução do desígnio de vida e felicidade de cada um.

A rejeição da húbris intelectual das certezas e da falsa liberdade anunciada pelos socialismos; a oposição à crença na possibilidade de garantir a ordem social por via legislativa; a desconfiança do exercício do poder; o combate à tentativa de criar um mundo novo e ilusoriamente justo ordenado centralmente por via do poder estatal são as melhores formas de potenciar a capacidade de a sociedade evoluir de forma espontânea, em liberdade.

Para que as ideias e princípios da liberdade floresçam, inspirando todos aqueles que acreditam no potencial do ser humano, semanalmente, ao longo de todo o ano, a Oficina da Liberdade tem trazido a esta coluna artigos de opinião dos seus autores convidados. Hoje é uma excepção: trazemos as sugestões de leitura para os serões de inverno propostas por alguns membros da Oficina da Liberdade.

Alexandre Mota propõe Fiesta, O Sol Nasce Sempre, de Ernest Hemingway, editado pela Livros do Brasil. Um livro que passou a prova do tempo (tem quase 100 anos), subindo assim à categoria de clássico. Para muitos, provavelmente a maioria, é mais um livro de Hemingway que enaltece a bestialidade das touradas no contexto dos estereótipos da masculinidade tóxica. Para outros, nos quais o Alexandre Mota se inclui, é uma obra-prima sobre a paixão, o ciúme, a traição e o feminino inigualável. PVP 13;28€ na Wook.

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Manuel Pinheiro propõe a leitura de Diplomacia Em Tempo De Troika de Luís de Almeida Sampaio com prefácio de Pedro Passos Coelho, editado pela Dom Quixote. O chefe da representação diplomática portuguesa em Berlim durante o governo PSD-CDS conta factos até agora desconhecidos e por si vividos, e faz análises de grande pertinência acerca da acção diplomática então desenvolvida junto da sociedade e das autoridades alemãs. Muito relevante o prefácio de Pedro Passos Coelho que contextualiza o processo que levou o governo PS a solicitar a intervenção da troika. PVP 17,60€ na Leya.

Nuno Lebreiro sugere um dos grandes nomes da literatura portuguesa, Fernando Pessoa, em O Banqueiro Anarquista, editado pela Antígona. Num mundo governado por uma ordem moral pervertida, sobra a anarquia. Mas isso não é razão para desistir. PVP 5,00€ na Antígona.

Telmo Azevedo Fernandes propõe o recente The Psychology Of Totalitarism, de Mattias Desmet editado originalmente na Bélgica pela Pelckams e na versão traduzida para Inglês pela Chelsea Green. Um livro que nos ajuda a analisar e fazer sentido sobre as razões de vivermos numa sociedade cada vez menos livre e mais neurótica. Partindo da observação das reacções das sociedades aos fenómenos do terrorismo, das alterações climáticas e da epidemia covid19, o autor tira-nos do conforto de pensar que as sociedades totalitárias são exclusivas de outros países e gentes menos civilizadas. A intolerância e deriva totalitária baseada na tecnocracia são características mesmo no nosso seio, onde mais facilmente do que imaginaríamos nos subjugamos voluntariamente à perda das liberdades. PVP 21,09€ na Amazon.es

Ricardo Dias de Sousa leva-nos às origens do Liberalismo, com The Lost Story Of Liberalism: From Ancient Rome to the Twenty-First Century de Helena Rosenblatt, editado pela Princeton University Press. PVP 34,41 na Amazon.com

A leitura proposta por Vitor Cunha é Be My Baby: A Memoir de Ronnie Spector, com introdução de Keith Richards, editado pela Henry Holt and Co, com as memórias e histórias de como o Rock-and-Roll, conquistou espaço entre o caos do panorama musical dos anos 1960. PVP 20,99$ na Amazon.com.

Por último, Isabel Menéres Campos, deixa-nos a sugestão de Mulheres Livres, Homens Livres de Camille Paglia. Um conjunto de artigos sobre sexo, género e feminismo, numa perspectiva de uma mulher lésbica que Camille é; muito crítica do feminismo histérico woke; é um excelente livro para colher argumentação sensata, mas ao mesmo tempo provocadora do fenómeno. PVP 18,80 na Quetzal.

Sendo que já é uma lista muito diversificada, não esqueça ainda das três obras editadas pela própria Oficina da Liberdade em parceria com a Aletheia: Vai Ficar Tudo Mal, de Carlos M. Fernandes, com prefácio de Paulo Tunhas e posfácio de Jaime Nogueira Pinto; 1820: Liberalismo Em Portugal de Rui Albuquerque, um livro que descreve como a filosofia política do Liberalismo chegou a Portugal; e Juntos Somos Quase Um Trinta E Um, uma colectânea de textos originais de 29 autores (quase 31) que deixam neste livro, a partir de ângulos de análise diversos, a sua visão sobre como poderia ser um mundo em que cada pessoa assume sem medo o controlo do seu destino.

Votos de um Santo Natal, cheio de boas leituras!