A diversidade e a inclusão nunca foram tão relevantes como atualmente – contudo, determinar o que torna uma equipa diversa não é uma tarefa fácil.

Para definir diversidade temos de ir além da demografia e abranger todos os elementos que nos tornam únicos enquanto indivíduos. A maioria de nós define subconscientemente a diversidade por categorias sociais, como género, cultura, etnia ou idade, mas não podemos ignorar que este conceito também engloba diferentes maneiras de pensar, planear e agir.

Assim, valorizar a singularidade de cada um deve estar no topo das prioridades da liderança de qualquer organização. Fomentar uma cultura empresarial que priorize estratégias de diversidade e inclusão traduz-se numa força de trabalho mais feliz, produtiva e inovadora.

A inclusão e diversidade começam do topo, daí a importância da liderança inclusiva. Aqui deixo algumas das minhas principais aprendizagens.

Ser intencional

A intencionalidade desempenha um papel importante na formação de uma equipa. Construir uma cultura de inclusão requer ações intencionais diárias. Devemos estar cientes dos nossos próprios preconceitos e olhar para o nosso entorno numa perspetiva de inclusão e diversidade. Quando estamos a contratar, temos um painel de candidatos diversificado? Nas reuniões de equipa, estamos a dar espaço para que todos os membros contribuam?

Apostar em estratégias de atração, retenção e sensibilização

A igualdade de género, diversidade de culturas, ambiente de trabalho igualitário e a equidade salarial são algumas das máximas que devem estar no topo de prioridades de cada organização. Na Cisco, a ênfase em estratégias de inclusão e colaboração inclui uma ampla gama de programas, ferramentas e recursos criados para apoiar todos os trabalhadores e as ambições de carreira de longo prazo de cada um. Exemplos disto são a criação de grupos internos cujo objetivo é promover a inclusão e celebrar a diferença, como WISE (Women in Science and Engineering), Women of Cisco, Inclusion and Collaboration e PRIDE.

Criar um ambiente seguro dentro da equipa

Partilhar as nossas fraquezas pessoais e demonstrar humildade permite-nos aprender e crescer, mas também é importante conhecer os membros da nossa equipa enquanto pessoas, além do profissional. Criar um ambiente seguro que lhes dê espaço para expressar opiniões e partilhar objetivos futuros permitirá que tanto os líderes como a organização desempenhem um papel significativo no desenvolvimento pessoal de cada colaborador.

Estabelecer hábitos de aprendizagem contínua

Para se ser um líder eficaz é necessário estar-se comprometido com a própria aprendizagem e crescimento. Num mundo em constante mudança, os líderes inclusivos reconhecem que ninguém tem todas as respostas e que é necessário procurar oportunidades para melhorar as habilidades de liderança. Alguns exemplos de como demonstrar um compromisso para com a nossa aprendizagem enquanto líderes incluem estar-se disposto a aprender com o feedback, trabalhar para eliminar preconceitos existentes e envolver-se em oportunidades de formação e desenvolvimento pessoal e profissional.

A liderança inclusiva é, acima de tudo, um percurso contínuo. A verdadeira colaboração – a verdadeira liderança – e o verdadeiro sucesso só são possíveis quando valorizamos e adotamos um espectro completo de diversidade – género, geração, raça, etnia, orientação, habilidades, nacionalidades, religião, formação, cultura, experiências, pontos fortes e perspetivas.

Senior Director – Customer Experience Lisbon at Cisco

O Observador associa-se à comunidade Portuguese Women in Tech para dar voz às mulheres que compõe o ecossistema tecnológico português. O artigo representa a opinião pessoal do autor enquadrada nos valores da comunidade.