Nos últimos 20 anos, o Baixo Alentejo perdeu 19 mil residentes. Há falta de empresas, de pessoas, mas há, sobretudo, falta de vontade política para criar um desígnio estratégico para a região.

Qual é o papel do Baixo Alentejo no país e na Península Ibérica? Quais são as áreas prioritárias de desenvolvimento e de especialização? Como é que a região vai responder ao que as grandes empresas procuram?

Sem investimento público, os municípios ficarão “condenados” e isolados, e, por isso, as ligações rodoviárias e ferroviárias são fundamentais para alterar esta situação. Por exemplo, o IP8 deve ser posicionado de forma estratégica na ligação ao sul de Espanha.

Isto significa, primeiro, que, do lado português, a modernização da ligação até Vila Verde de Ficalho é fundamental, e, segundo, que do lado espanhol a melhoria da ligação do Rosal de La Frontera à A-66 é essencial.

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Outras obras públicas, como o Corredor Internacional Sul (Sines-Elvas Caia), são importantes, mas insuficientes para alterar a situação da região.

Paralelamente, os municípios devem explorar e capitalizar mecanismos como o Guia Fiscal para o Interior (Edição 2023), o Portugal 2030 ou a medida Emprego Interior MAIS.

De facto, o mais importante é gerar benefícios claros (mais empresas, mais residentes, crescimento do PIB per capita, etc.) para todos os municípios da região, desde Barrancos até Ourique.

Em resumo, menos 19 mil residentes em 20 anos é o equivalente ao desaparecimento dos municípios de Alvito, Barrancos, Cuba, Mértola e Ourique. Os próximos 20 anos dependem daquilo que fizermos hoje.