Eu sei que a hashtag #meucorpominhasregras remete para uma mentira feminista repetida demasiadas vezes e que, aplicada ao “direito ao aborto”, ignora a falácia da sentença, pois, se as regras fossem aplicadas pela mulher ao seu corpo, esta estabelecê-las-ia antes de ter de usar as palavras como limpa-consciências, quando decide matar uma vida inocente, que não é o corpo dela, mas sim outro corpo, outra pessoa, com um ADN distinto, numa fase do seu crescimento.

Mas, hoje, no grande manicómio em que este mundo se transformou, onde cada um se pode transformar no que muito bem entender (independentemente da sua realidade natural e biológica), o trans emerge e a hashtag começa a fazer sentido. A verdade é que os devaneios da mente de cada um, a doença mental e os transtornos psiquiátricos foram transformados numa espécie de “imagino, logo existo”, por decreto governamental, e o absurdo tem vindo a normalizar-se.

Lembra-se dos Transformers? Uma série de ficção científica em que pessoas se transformavam em máquinas invencíveis?

Sim, eu sei que isso é ficção científica. Mas, nos últimos tempos, a realidade ultrapassou a ficção científica e os transraciais, transidade, transdeficientes, transespécie, transETs e tudo o que uma mente doente for capaz de conceber invadiram-nos.  E, se antes essas pessoas eram acompanhadas e tratadas, hoje são notícia e reconhecidas como… normais.

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Sim, leu bem. O politicamente correcto determina que “cada um tem direito a ser o que quiser”, “cada um vive a sua verdade” e ninguém tem nada que ver com isso. A única coisa que nos é imposta, sem que tenhamos sido consultados antes, é que paguemos (com os nossos impostos, fruto do nosso trabalho e na confiança que depositamos no Estado, para bem gerir o que pertence aos cidadãos e se espera que seja para bem de todos – e não para subjetivismos e loucuras!) as ditas “mudanças de sexo” aos homenstrans [mulheres biológicas que não aceitam a sua natureza] e às mulherestrans [homens biológicos que não aceitam a sua natureza], ou seja: pessoas que não se aceitam como são, que sofrem de um transtorno da identidade sexual–  que, devido à pressão do lóbi lgbtetc deixou de ser considerado um transtorno para passar a ser uma disforia (disforia de género) e que, recentemente, passou a ser uma “simples” incongruência de género, que só permanece no CID11 [Classificação Internacional de Doenças] porque é, de facto, uma doença e os que dela sofrem precisam de acompanhamento médico e de medicamentos até ao fim da vida – estão a ser convencidos de que não estão doentes e que são o que sentem e não o que são de facto. Não admira o elevado número de suicídios entre os que já fizeram a transição.

Como já referi noutros artigos, quando são adultos a quererem “mudar de sexo” é lá com eles, só não aceito que as crianças sejam convertidas à narrativa trans de que isso é a coisa mais normal do mundo, que ninguém nasce menino nem menina e que todos podem ser o que quiserem. A malignidade de tamanha mentira, que ignora que somos o que somos e o sexo com o qual nascemos é reconhecido pouco tempo depois da concepção e muitos anos depois de morrermos, tem provocado, um pouco por todo o mundo, uma espécie de “epidemia” trans.

Há cada vez mais pessoas a exigir que a sociedade as reconheça como se imaginam. Afinal, pensam elas, se uma pessoa pode ser transsexual [mudar de sexo], porque não pode ser transracial [mudar a cor da pele], transidade [mudar a idade], transdeficiente [passar a ter uma deficiência física, como não ter uma perna ou um olho], transespécie [passar a comportar-se como um gato, um cão, um cavalo], transET [alguém que sente que é um extra-terrestre], e tudo o que a imaginação conceber?

Transidade

Assim, o norte-americano Joseph Roman, de 38 anos, residente em Chicago, acusado de agredir sexualmente três crianças, disse aos procuradores que se considera “um rapaz de nove anos preso no corpo de um homem“. E, Joseph Gobrick, 45 anos, outro pedófilo, para se defender da acusação de posse de pornografia infantil, alegou que se identifica como uma menina de 8 anos. Não sei o desfecho do caso do pervertido que alega ser “um rapaz de nove anos preso no corpo de um homem” e que, em vez de brincar com carrinhos viola meninas de 6 e 8 anos, mas, graças a Deus, o pedófilo Joseph Gobrick não conseguiu que os juízes o considerassem transidade e foi condenado.

Também Stefonknee Wolsschtt, 46 anos, casado e pai de 7 filhos, começou por se assumir transgénero e rapidamente passou a exigir ser reconhecido como uma menina de seis anos de idade. Assim, assumiu uma nova identidade e, segundo ele, quer viver tudo o que não conseguiu na época da escola: «Quero ser quem realmente sou e mostrar às pessoas que é muito bom um homem ser feminino».

Infelizmente, isto é o que acontece quando os transtornos mentais não são devidamente tratados e acompanhados. Neste caso, é preciso perguntar se será obrigado a pagar pensão de alimentos aos filhos, se poderá viver sozinho, trabalhar, voltar para a escola primária e se deixará de pagar impostos, pois crianças de 6 anos não têm filhos para sustentar, não podem viver sozinhas, trabalhar, têm de ir à escola e não pagam impostos.

E, pasme, para que pessoas adultas que se identificam como bebés não tenham de viver sozinhas, já há babás. Deduzo que, muito em breve, se a insanidade não for tratada, haja também quem faça negócio a cuidar de adultos que se identificam como crianças. A questão é: quem paga às cuidadoras ou às creches e infantários criados para este novo nicho de negócio?

Foi Sergio Lazarovich durante 59 anos. Agora, após ter mudado de sexo no Registo Civil, chama-se Sergia e, como passou a ser mulher e já fez 60 anos, efetuou o pedido de reforma e a Segurança Social aceitou iniciar o processo. Um dia, alguém disse: «o mundo é dos espertos». E, de facto, quando todos podem ser o que quiserem, é fácil usufruir das políticas identitárias em benefício próprio e até para fintar a lei. Num país onde os homens se reformam 5 anos mais tarde do que as mulheres, Sérgio só precisou de mudar o nome e o sexo no registo civil e, sim, conseguiu reformar-se 5 anos mais cedo.

Já imaginou se todas as pessoas que procuram emprego e não conseguem arranjar por causa da idade, se declararem transidade? Se, por exemplo, quem tem 56 anos autodeterminar que só tem 30?

Transracial

Rachel Dolezal nasceu branca, loira e de olhos claros, mas auto-determinou-se negra durante vários anos, e chegou a ser presidente de uma Organização que defende os direitos dos negros.

Neste caso, correu mal. A advogada foi acusada de fingir ser negra, pois, «sendo filha biológica de um casal branco de origem europeia», como é evidente, não é negra e, para as entidades representativas, «ela não deveria adoptar uma identidade que não tem». Ou seja: nem todos podem ser o que sentem e adoptar uma identidade que não têm. Neste caso, a transracial foi acusada de apropriação cultural e não sei se ainda usa rastas e produtos para escurecer a pele… 

Transdeficiente

Robert Vickers, 67 anos, diz ter atingido o seu sonho, o seu Nirvana, no dia em que comprou um saco de gelo, foi para um lugar abandonado e, lá, imergiu a perna esquerda no gelo. Quando percebeu que a perna estava irreversivelmente congelada até ao joelho, ligou para a mulher e foi para o Hospital amputar a perna. «Renasci num novo corpo, um corpo com uma só perna».

Não, Roberto. O corpo é o mesmo, mas sem a perna que foi amputada. Graças a Deus, o transtorno de identidade e integridade corporal (TIIG) é raríssimo, mas é preciso entender que, tal como um homem transexual odeia o seu pénis e uma mulher transsexual odeia as suas mamas, «os transabled (corruptela de “disabled”, termo inglês para deficiente) sentem um desejo incontrolável de se livrar de um ou mais membros do seu corpo». Ou seja: independentemente da pressão do lóbi lgbtetc, a parafilia é a mesma independentemente do nome que lhe atribuírem: transtorno ou transqualquercoisa.

Transespécie

Kat Lyons, 33 anos, afirmou que sempre foi apaixonada por felinos e que agora se sente um deles. Para ela, saltar para cima de “coisas”, comer numa tigela, usar coleira e orelhas de gato transforma-a numa gata. Assim, ela é uma gata, porque se autodeterminou como tal.

Thomas Thwaites estava farto da vida frenética e resolveu subir os Alpes suíços para viver como bode por alguns dias. O britânico encomendou próteses especiais para as mãos e os pés, submeteu-se a alterações neurológicas, causando danos temporários ao cérebro e bloqueando a sua capacidade de fala. Recentemente, um japonês que resolveu transformar-se num cachorro, gerou curiosidade e fez muito sucesso nos noticiários internacionais.

Eu só pergunto se estes “animais” têm os mesmos direitos e deveres de todos os humanos… E se não mereciam ser tratados em vez de incentivados a alimentar os seus problemas mentais. Faz-me lembrar tempos em que as pessoas com deficiência eram usadas nos circos, para fazer rir os espectadores… Que retrocesso civilizacional…

TransET
(fui eu que inventei a palavra, acho…)

Anthony Loffredo, 32 anos, tirou parte do nariz para dar continuidade ao projecto chamado The Alien Black Project, no qual tenta ficar parecido com o que imagina ser um alienígena. Desde 2014 que ele faz alterações ao seu corpo para viver o seu sonho. Não há dúvidas de que a medicina estética evoluiu. Pena é que não haja limites e que ela seja usada para alimentar graves distúrbios mentais.

A transmudança está a matar o Ser Humano. Estamos mesmo a precisar de valorizar quem somos, o que somos, o corpo que somos (e não que temos, caso contrário, poderíamos livrar-nos dele, como quem se livra de lixo), na nossa diferença biológica dual – masculino e feminino – em vez de andarmos a ceder a transices, como se não houvesse limites e normalidade.