O Presidente Putin anunciou no dia 21 de fevereiro a saída do seu país do tratado New START, mais um bluff que em nada ajuda a sua situação e que só fortalece a OTAN.

O tratado New START era o último acordo entre a Rússia e os EUA para regular a produção de armas nucleares e mísseis intercontinentais. Verdade seja dita, já havia fortes suspeitas de que os russos não cumpriam inteiramente o acordo, o anúncio só formaliza o que todos já sabiam.

Desde o início da guerra que Putin solta breves notas sobre a ideia e possibilidade de usar o arsenal nuclear e, mesmo assim, em outubro de 2022, afirmou que não existiam motivos militares ou políticos para usá-lo e que o faria só defensivamente, em resposta a um ataque do tipo. Se fosse usado ofensivamente na Ucrânia, só daria mais dores de cabeça ao tentar ocupar o país e abriria um precedente mundial para o uso de bombas nucleares que seria, no mínimo, inconveniente para a própria Rússia. Se o alvo fosse outro, digamos, um membro da OTAN, a destruição russa seria igualmente assegurada e de nada valeriam os esforços atuais de guerra.

Além disso, somando-se ao cálculo, a Rússia acabou de, efetivamente, dar carta branca aos Estados Unidos, um país com muito mais recursos tecnológicos, científicos, financeiros e militares, para voltar a desenvolver e produzir novos mísseis intercontinentais e bombas nucleares sem qualquer impedimento legal.

Considerando a recente onda de relações turbulentas sino-americanas, a notícia do discurso de Putin deve ter feito soar alguns alarmes dentro do Partido Comunista Chinês, que, no departamento nuclear, está muito aquém dos EUA.

No final das contas, a saída do tratado New START torna-se incompreensível para o observador racional e em nada muda a situação atual da guerra. Não passa de um bluff repetitivo que só cria problemas para a Rússia e os seus aliados.

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