Um dos dias mais importantes da história da nossa democracia.
Somos um povo com uma das Histórias mais longas e ricas nestes 880 anos da existência oficial como País mas, com memória curta. Temos características únicas, capazes do impossível, das mais fabulosas conquistas, possuidores do melhor território para se viver da Europa, do melhor clima para a produção agrícola, trabalhadores, investigadores, artistas, desportistas fantásticos, principalmente lá fora.
Mas, quando cá dentro, temos muitas dificuldades em reconhecer livremente a nossa História. E que grande que é. Um súbito nevoeiro Sebastiânico facilmente nos turva a visão não nos permitindo ver e reconhecer os momentos, e/ou personalidades que de uma forma ou de outra moldaram o futuro do país.
Factos são factos, e em Novembro de 75 estivemos à beira de voltar a uma ditadura, agora de esquerda. Houve confrontos, feridos, mortos em número equivalente ao 25 de Abril do ano anterior. Forças radicais de esquerda posicionaram-se militarmente para assaltarem o poder de uma ainda débil e jovem democracia. Não conseguiram, felizmente e graças ao Grupo dos Nove apoiado pelos partidos moderados PS, PPD e CDS que, com a garantia do PCP de que não tomaria qualquer ação direta no golpe, em poucos dias restabeleceram a normalidade.
O CDS tem e preza a memória! Sem passado não temos futuro! Devemos reconhecer, lembrar, assinalar sem medos nem ideologias cegas os momentos charneira da nossa Historia. Uns positivos, outros negativos, mas sempre lembrados, para que tenham, pelo menos, a utilidade de nos servirem de lição futura.
O facto de nos recusarmos a reconhecer o 25 de Novembro de 75, o 25 de Julho 1139 ou o 5 de Outubro de 43 para os mais puristas, ou mesmo as virtudes de muitas políticas levadas a cabo no tempo da “velha senhora” que foram fundamentais, entre outros para que ficássemos fora da 2ª grande Guerra ou chegar a 24 de Abril 1974 com 7% de taxa de crescimento económico, revela a nossa, ainda imatura visão da democracia.
Vivemos um momento em que só o Agora conta! O Futuro é uma “coisa” longe e volátil sem consequência imediata. O que interessa é satisfazer clientelas, classes profissionais sem olhar às consequências. Sem ter em conta que o futuro dos nossos filhos está a ser posto em causa em cada concessão. Uma sub-reptícia revolução de esquerda vestida em pele de cordeiro que se vai, de fininho instalando e enraizando nas nossas instituições.
Um 25 de Novembro dos moderados, um acordar do povo, um grito das gerações mais capazes da nossa História impõe-se antes que seja tarde demais.
Olhemos para a nossa História com respeito, com a certeza de que ali, algures, está a indicação do caminho a não seguir. Está a exposição das políticas e experiências falhadas. Mas também o beneplácito dos bons exemplos, dos bons resultados.
Sem o 25 de Novembro de 75, dificilmente algum de nós aqui estaria em defesa da Democracia. Somos feitos de tudo o que somos, de tudo o que experienciamos, de tudo o que vivemos. Somos um tudo, somos um todo.
Sem liberdade seremos um nada!