Esqueçamos lá o solícito Pedro Passos Coelho, que esteve ali simplesmente por razões de oportunidade e propaganda política, porque ele agora quer ser Presidente da Republica.

A questão verdadeiramente importante é o contributo do próprio livro para a salvaguarda da família natural contra a teoria de género. Situando-se assim no epicentro da kulturkampf hodierna, da actual batalha politico-cultural, travada essencialmente à volta da rejeição ou defesa do conceito de Ordem Natural.

A família ou é a instituição natural ou não chega propriamente a ser família mas apenas uma associação civil como qualquer outra – conjunto de pessoas que se organiza em torno dos seus interesses particulares, um tanto indiferentemente para o Bem Comum.

Porém a verdadeira família tem uma função social eminente, que transcende os indivíduos e as suas intenções pessoais. É a forma de sociedade embrionária, que enquadra a inclinação sexual natural e oferece as condições para que tal inclinação atinja o seu fim primário, a procriação. Satisfazendo as inerentes necessidades de proteção e educação das gerações futuras.

A família é pois uma instituição natural, que existe primordialmente para gerar filhos e educá-los – sendo deste modo uma condição da própria sobrevivência da espécie.

Condição essa inequivocamente posta em causa pela meteórica progressão do movimento woke, um conjunto de causas ideológicas de cariz libertário e extremista (como o radicalismo identitário racial e feminista ou o activismo LGBT), e sobretudo pela difusão da teoria de género, uma nova concepção doutrinária da sexualidade que rejeita o seu fundamento natural e a considera como simples construção cultural – teoria que beneficia hoje de intensa divulgação através das industriais culturais americanas e dos media, logrando infiltrar com sucesso os próprios sistemas educativos oficiais, sobretudo na América do Norte e na Europa Ocidental.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR