Portugal é o país em que mais de um em cada dez trabalhadores (11%) se encontra em situação de pobreza, com base no estudo “Pobreza em Portugal – Trajetos e Quotidianos”, promovido pela Fundação Francisco Manuel dos Santos. O cenário torna-se ainda mais dantesco quando percebemos que a maioria destas pessoas não o são por não terem emprego ou por dependerem de subsídios, mas sim por terem baixos salários ou emprego precário. Neste cenário, torna-se inevitável a associação entre os índices de pobreza em Portugal com os governos, maioritariamente socialistas, que com a sua (não) governação permitiram que esta escassez de poder de compra e qualidade de vida dos portugueses se tornasse real.

No passado dia 29 de Agosto, assistimos a um discurso carregado de heroicidade do Primeiro-Ministro António Costa no encerramento do XXIII Congresso do PS. Um discurso pautado pelas fórmulas habituais de governação socialista orientadas para a despesa pública com a atribuição de dinheiro dos contribuintes para medidas com pouca aplicabilidade e com fraca referência a medidas de crescimento económico para Portugal.

Para vermos de uma forma mais clara ao nível a que chegou este desnível, vamos colocar o nosso foco no filho de um casal que tem de ter dois empregos e que frequenta uma escola pública (pois não tem outra escolha). Esta criança tem um acompanhamento naturalmente limitado por parte dos pais e poucos meios para aprender. O que o Governo liderado por António Costa tem para oferecer a esta família é uma escola pública de recursos limitados e um conjunto de pequenos incentivos para que a criança possa estudar com alguma dignidade. O que o Governo faz não é mais do que nivelar por baixo, isto é, não cria condições de crescimento efectivo da economia e do emprego na vida das pessoas e atribui pequenas devoluções – o dinheiro é dos contribuintes e não do Governo – por forma a que se possa vangloriar como um Governo que dá a quem precisa.

Odivelas não é excepção. O executivo municipal socialista tem governado os destinos deste concelho desde o início da sua existência, fazendo com que se registe na nossa cidade um dos menores índices de poder de compra da Área Metropolitana de Lisboa e que, para além disso, seja o pior concelho do país a executar os fundos Portugal 2020 que existem, precisamente, para serem postos ao serviço dos odivelenses. Por último, mas não menos importante, é o ganho médio mensal, segundo dados de 2019. Odivelas tem o segundo pior ganho médio mensal de trabalhadores por conta de outrem da Área Metropolitana de Lisboa. São números que preocupam.

Para que este nível de desnível deixe de existir é preciso mudar este paradigma. Emerge, assim, a urgente necessidade de uma força liberal que torne Portugal num país com uma economia que cresça de forma sustentada. Para além disso, devem ser criadas condições para uma economia competitiva tanto em termos fiscais, para atração de investimento e consequentemente do emprego, como também de políticas que respeitem a liberdade e responsabilidade de todos permitindo, por exemplo, que os pais possam decidir que escola querem para os seus filhos. É esta a verdadeira liberdade que defendemos, a liberdade que permita a qualquer português, sem qualquer tipo de excepção, ascender a uma verdadeira escolha de vida que, em Portugal, nunca existiu.

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