“Política é a segunda profissão mais antiga do mundo, muito semelhante à primeira, aliás.”
(Ronald Reagan)
PAN é o seu terceiro nome. O partido foi fundado em 2009 sob a designação de PPA – Partido Pelos Animais, mudou o nome em 2011 para PAN enquanto sigla de Partido pelos Animais e pela Natureza, para então, em 2014, passar a incluir Pessoas. O que, para um partido político, faz todo o sentido, já que, afinal, são as pessoas que votam.
Não obstante, o peso das pessoas para este partido fica demonstrado na intervenção de Alberto Pires, deputado municipal em Matosinhos:
“Há poucas semanas, o planeta Terra atingiu o número de 8 mil milhões de seres humanos, e somos muitos. Acho que é irresponsável estar a querer apoiar famílias numerosas. Porquê? São numerosas, foi uma opção sua. O SNS proporciona todas as facilidades de planificação familiar, portanto não há razão. Se as pessoas querem, insistem em povoar o planeta, pronto, façam-no à sua custa, e não à custa do estado. Se queremos trazer juventude, porque o país está envelhecido, bom, abra-se a porta à imigração que é o que faz falta neste momento. (…) neste momento em Portugal, a maioria das famílias convencionais já são a minoria em relação às famílias chamadas não tradicionais (…) estão em vias de extinção e assim esperemos que fique.”
Que o PAN não se preocupe com as crianças?
Com a dificuldade e os custos de criar filhos?
Com o auxílio aos mais pobres – porque é também disso que se trata, uma vez que conforme relatório do Eurostat o ano passado, uma em cada quatro crianças portuguesas vive em situação de pobreza?
Que não se importe também com os desafios decorrentes do acolhimento de imigrantes, não só para os portugueses – que já vivem mal – mas para os próprios (ou é como gado que é preciso manda-se vir e metem-se ali nuns contentores como em Odemira?)?
Que deseje famílias destruturadas, não se preocupando como tais famílias depois poderão ter qualidade de vida, de um teto a um animal de estimação, passando pelo desenvolvimento das crianças (ou é mesmo para não terem filhos?)?
Que se estejam a marimbar para direitos humanos fundamentais (da Declaração Universal: art. 12º – “Ninguém será sujeito à interferência na sua vida privada, na sua família, no seu lar”; art. 16º – “A família é o núcleo fundamental da sociedade e tem direito à proteção da sociedade e do Estado”; art. 25º – “A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais”; entre outros como sejam: art. 1º – “Agir em relação aos outros com espírito de fraternidade”; art. 3º – “Direito à vida”, e já agora, art. 30º – “Nenhuma disposição pode ser interpretada como reconhecimento de praticar qualquer ato destinado `destruição de quaisquer dos direitos e liberdades aqui estabelecidos”…)?
Tudo isso é legítimo? Sim, é. Foi para isso que se fez o 25 de Abril…
Mas é também imoral e ilegal, demonstrando que o partido que se diz de pessoas é uma fraude que prostitui a sua visão desmiolada para cativar os votos de eleitores que, confusos com a propaganda de proteção de animais ou natureza (não amigos, preocupações ambientais – ou mesmo animalistas — não são nada disto…), votam naqueles que os consideram ao nível de gafanhotos, uma praga para o planeta Terra que deve ser exterminada.
Ora se estas mentes brilhantes são elas próprias gafanhotos, perdão pessoas, porque não começam por eles mesmos?