É um pouco fácil falar de Paz, sobretudo quando precisamos desesperadamente dela e temos a percepção de quão somos e fomos até agora afortunados por viver num continente em segurança e estabilidade. A esta retórica normalmente vem associado que é necessário educar para a Paz. Mas afinal o que é isso de educar para a Paz?

Muitas teorias sugerirão que se trata de passar valores morais e éticos às crianças e adolescentes, mas como poderemos passar estes ensinamentos se a sociedade ainda não se adaptou ao verdadeiro papel da criança?

Como podemos incutir valores como a diplomacia se a comunicação do adulto é baseada sistematicamente em ordens e negações?

Como podemos criar uma cultura de liberdade de escolha e de opinião se os professores continuam em palanques a debitar matérias que não podem ser questionadas?

Como podemos explicar a equidade se andamos a “ensinar os peixes a voar”?

As crianças e adolescentes são pessoas em formação; são o melhor e maior ativo da sociedade e do Estado. Mas são também aquelas, devido a não terem direito de voto, que normalmente são esquecidas, bem como os direitos familiares no geral.

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A verdadeira educação para a Paz só vai ser eficaz e dar frutos se produzirmos uma vivência nova de infância para as crianças sustentada numa percepção de interdependência.

E como fazer isso? De três formas: perceber o papel da criança e do seu desenvolvimento num todo, abraçar inevitavelmente a educação para a consciencialização ambiental e social e, claro, pelo exemplo.

A educação construtiva pela Paz não pode ser limitada à escola. Tem e deve ser um papel da Humanidade com um olhar sobre o tesouro que é a criança, com a total esperança e confiança na capacidade de desenvolvimento de uma nova geração mais livre, empática e pacífica.

A paz é um princípio prático da civilização humana e da organização social. […] Este princípio deve ser nosso guia na construção de uma ciência da paz e na educação dos Homens para a paz” Maria Montessori