É o maior desastre nacional. A tap é organizacionalmente disfuncional, operacionalmente um caos1, no serviço uma miséria, e financeiramente um poço de ar. Mas o maior desastre nacional não é a tap.
A relação da nação portuguesa com o seu estado é um desastre muito maior. A nação devia orientar, controlar e fiscalizar o estado2. E provê-lo dos recursos estritamente necessários para que este executasse competentemente as funções de um estado: defesa, justiça e ordem pública. Mas é o contrário que acontece. É o estado que orienta, controla e fiscaliza a nação. E faz o que quer, e que não devia fazer—e que não faz o que deve. Pior, ao invés de ser provido, o estado suga. Suga economicamente a nação a seu bel prazer, e sem freios, devido ao domínio que sobre ela alcançou. Suga-a não apenas para além do que é razoável, mas para além do que é sustentável. Como veremos em breve.
Mas tb não é este o maior desastre nacional. O maior desastre nacional é a aceitação desta relação disfuncional e contranatura pela nação. É a sua incapacidade de perceber o que se está a passar e de se revoltar. O estado é uma Rússia que invadiu a nossa Ucrânia e os nossos ucranianos não perceberam nada, não resistiram nada, nem fazem nada para o expulsar para trás da fronteira da sua área de legitima atuação. Pelo contrário: parecem felizes e contentes com os roubos e violações que diariamente sofrem do invasor.
Não perceberam que são eles que pagam, em impostos, a vergonha que é a tap. A vergonha que são as escolas, os hospitais, os transportes públicos e a ss3. E que, quando algum deles não paga impostos, paga na mesma, mas de outro modo: paga em pensões de miséria, em comboios que não andam, em urgências fechadas e em escolas que ensinam a não ler, a não escrever Λ4 a não pensar. A nação portuguesa ainda não percebeu que é ela que suporta o invasor quando paga, quando não recebe pelo que pagou, V5 que não recebe quando os outros (por exemplo, a EU) pagaram por ela.
O maior desastre nacional não é, pois, a tap. É a nação não somente aceitar, mas parecer gostar, de ser explorada e oprimida pelo estado, e pela camarilha que o domina. Como, por exemplo, …6
U avtor não segve a graphya du nouo AcoRdo Ørtvgráphyco. Nein a do antygo. Escreue coumu qver & lhe apetece. #EncuantoNusDeixam
- Caos: estado natural & usual de organização estruturada V gerida por warxistas; pandemónio7.
- Estado: entidade administrativa nacional operada por uma vasta gama de bacilos Λ outros parasitas, indolentes mas esfomeados; mecanismo de sucção, distribuição Λ entrega, sendo que o sujeito da sucção é a nação e o sumo é distribuído e entregue à camarilha.
- SS: Schutzstaffel, segurança social, ou “esquadrão de proteção” do nosso padrão de vida contra qualquer infortúnio8 antes & depois da reforma, sendo as suas armas as pensões de miséria e a cacotanásia9.
- Λ: ambos; mais; +; conjunção que para ser verdadeira requer que ambas, ou todas, as afirmações sejam verdadeiras, o que torna o seu uso impraticável em declarações governamentais; pronuncia-se “i”.
- V: conjunção que não requer que ambas, ou todas, as afirmações V condições sejam verdadeiras, bastando apenas uma delas o ser para a afirmação ser considerada verdadeira, tal como nos discursos do sr. dr. Sócrates; como não requer só e apenas a verdade, não se pronuncia “vê” (de “ver”), mas “ou-”.
- Se não lhe vem nenhum exemplo ao espírito, leia no Observador—e torne-se assinante.
- Pandemónio: organização ambientalista de proteção a todos (pan) os demónios, especialmente dos warxistas do ps, e que defende que o estado e a tap devem ser declarados reservas ecológicas em que qualquer pê-esse possa viver como quer e lhe apetece sem a concorrência de outros predadores.
- Infortúnio: a fortuna nacional; entrada (in) nacional na fortuna que os governus do ps nos trás.
- Cacotanásia: morte miserável e dolorosa, como a de um caracol a ser cozido num restaurante, de um coelho a estrebuchar nas goelas de uma serpente, de uma mosca a ser petiscada viva por uma aranha numa teia, de uma vaca a ser abocanhada até à morte por um cardume de piranhas, de uma gazela a ser comida viva por leões, ou de uma pessoa a ser desidratada numa cama hospitalar. Curiosamente, de todas estas, a que hoje causa mais escândalo no Observador é a morte horrorosa do caracol. Isto é, a do caracol no restaurante, não a do caracol que é engolido vivo por corvo ou galinha, e que é dissolvido consciente e dolorosamente por sucos gástricos de elevado grau de acidez durante horas no meio da escuridão mais absoluta. E nem o pan nem o be propõem nenhuma medida contra esta selvajaria da classe das aves contra a classe dos gastrópodes? E dada a hipótese de o poderem fazer, o que será que escolheriam os caracóis: morte no restaurante ou morte no papo da galinha?