Não era preciso uma pandemia, para saber que a Família é a base da comunidade. O que está a acontecer, sobretudo devido às políticas de confinamento, vem confirmar a constatação dessa realidade.

A governação de um país, aliás como em tudo na vida, deve reger-se por princípios, e não andar ao sabor de vontades próprias, que normalmente satisfazem algumas pessoas, e não o bem maior do todo, entenda-se, a população.

Para que tal aconteça é preciso respeitar a história, e não querer mudá-la. A história é passado, e como tal não se muda. Daqui que seguir a Tradição, ou seja manter o que está bem e mudar para o futuro, o que pode ser melhorado, deva ser um procedimento encarado com normalidade.

Ora, é necessário definir, por que princípios se rege uma governação de um país, independentemente do partido que governa. Creio ser essa uma dificuldade, da democracia actual. Daqui retiro que é importante cada país definir os seus, pois cada realidade cultural do seu ser, enquanto comunidade, respira cultura diferente e própria, logo diferente de cada país vizinho. O contrário disto, é termos “um”, que dita as regras de todos. Não é isso que se pretende, num mundo que se pretende diferente e não “todo igual”.

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Resulta desta premissa, a boa prática, pouco praticada em Portugal, de ter políticas imutáveis a 20 anos. As trapalhadas na Educação e suas consequências para o país daí resultantes e incalculáveis, seriam evitáveis, por exemplo.

Mas voltemos à família, pois quando nos indicam o caminho de casa, como único destino, é ela que encontramos.

Devemos pois governar para as famílias, como base nuclear. Se assim for, teremos como consequência, mais felicidade, melhor economia, educação garantida.

Para que tal aconteça há princípios imutáveis:

  • A VIDA – dom que nos foi oferecido. Por esse motivo, devemos respeitá-la em toda a sua plenitude e em todas as circunstâncias.
  • A VERDADE – a procura da Verdade é um processo que deve acompanhar a caminhada de cada Homem. É ser verdadeiro perante os outros e perante si próprio. A Verdade é também um caminho que deve ser percorrido e um constante desvendar o que sou, o que os outros são e o que o mundo é. Devemos buscar a Verdade como um caminho que se percorre em comunidade e que ao longo da Vida se vai assumindo em cada momento.
  • A LIBERDADE – possibilidade de escolher o caminho que leva à Verdade e as opções têm que ter em conta a relação com os outros, como seres igualmente livres. A prossecução e procura do caminho que conduz à Verdade torna-nos mais livres. No encontro com a Verdade atinge-se a liberdade plena.
  • A BONDADE – virtude que nos permite caminhar em harmonia ao lado de cada ser humano. Ou seja, é a virtude do pedagogo que não busca o poder e a soberba beneficiando-se do outro, que não procura julgar o próximo de acordo com as suas próprias ideologias e crenças. É a virtude que ajuda o outro a descobrir caminhos de crescimento. A bondade exige uma sã proximidade, que leve o outro a não se sentir só, mas também exige uma sã distância, de maneira a que o outro possa caminhar pelos seus pés.
  • A JUSTIÇA – dar a cada um o que necessita para ser livre e verdadeiramente ele próprio. Não resulta necessariamente de uma distribuição equitativa de direitos e bens, mas sim numa disponibilidade e acesso equitativo de oportunidades e de escolhas, que permita tratar os outros como pessoas, ou seja, não como iguais, mas como únicos.
  • A DIGNIDADE – intrínseca a todo o ser humano. É o respeito da pessoa humana em si mesma e pelos outros. A compreensão de que o outro tem Liberdade para percorrer o seu caminho de busca pela Verdade, implica o reconhecimento que esse possui a sua própria Dignidade, sendo essa inalienável e insubstituível. É através da Dignidade humana que se entende que a Verdade, a Liberdade, a Justiça e a Bondade perante o outro se consubstanciam acima de qualquer objectivo ou interesse.
  • A FAMÍLIA – célula primordial de qualquer sociedade. É a comunidade que abraça o ser humano e lhe permite aprender a viver em harmonia e amar qualquer ser humano na sua dignidade. Um homem e uma mulher unidos em matrimónio formam com os seus filhos uma família que é o suporte sem o qual o ser humano não se sustenta.