As doenças respiratórias, geralmente crónicas, como a asma, a rinite alérgica ou a doença pulmonar obstrutiva crónica, são bastante comuns no nosso país e no mundo, representando uma das principais causas de incapacidade. É importante consciencializar os portugueses para esta problemática e para a necessidade de um acompanhamento médico regular, assim como para a importância da avaliação da capacidade dos pulmões, prevenindo e identificando possíveis problemas pulmonares.

Os testes de função pulmonar, ou Provas Funcionais Respiratórias, são constituídos por um conjunto de exames que avaliam o funcionamento dos pulmões, como é o caso da espirometria ou pletismografia. São exames simples, indolores e muito importantes para detetar precocemente e investigar possíveis doenças respiratórias. Incluem testes que medem o volume e a capacidade pulmonar, os débitos respiratórios e as trocas gasosas a nível pulmonar. Outros testes avaliam a forma como gases – como o oxigénio – entram e saem do sangue. Estes testes incluem a oximetria de pulso e a gasometria arterial. Outro teste, denominado “fração exalada de óxido nítrico” (FeNO), mede o óxido nítrico, que é um marcador de inflamação nos pulmões.

Os doentes podem fazer estes testes para diagnosticar doenças pulmonares e das vias aéreas, comparar a sua função pulmonar com os valores esperados de função respiratória, avaliar se a doença respiratória está estável ou a piorar e confirmar se determinado tratamento prescrito está a ser eficaz. Essas informações podem ajudar o médico a diagnosticar e a decidir o tratamento de uma grande variedade de doenças respiratórias. Existem dois tipos principais de alterações que causam problemas com a circulação do ar, no seu movimento de entrada e saída dos pulmões: as alterações de tipo obstrutivo, que ocorrem quando o ar tem problemas para sair dos pulmões devido à resistência das vias aéreas, o que causa uma diminuição do fluxo de ar – e as alterações de tipo restritivo, quando o tecido pulmonar ou os músculos do peito não conseguem expandir-se o suficiente. Isso cria problemas com o fluxo de ar, principalmente devido aos volumes pulmonares mais baixos.

Os testes de função pulmonar podem ajudar o doente e o seu médico a detetar a presença de obstrução nas vias respiratórias, a identificar precocemente mudanças na capacidade dos pulmões para transferir oxigénio para o sangue, mas também a decidir se um medicamento, como um broncodilatador, pode ser útil no tratamento. Podem ainda mostrar se a exposição a substâncias eventualmente presentes no ambiente doméstico ou laboral do doente prejudicam a sua respiração, avaliando a sua capacidade para tolerar uma cirurgia e alguns procedimentos médicos. Finalmente, permitem ainda diagnosticar e avaliar o efeito de doenças crónicas como a asma, a doença pulmonar obstrutiva crónica (DPOC) ou a fibrose cística, orientando e selecionando melhor o respetivo tratamento e detetar precocemente alterações da função respiratória em fumadores, prevenindo o desenvolvimento de doenças como a DPOC.

Se é ou foi fumador, tem tosse frequente, cansa-se com facilidade e se já fez tratamentos para doenças respiratórias, o seu médico poderá aconselhar a realizar testes para avaliar a sua função pulmonar. No cenário atual, ainda de pandemia COVID-19, torna-se particularmente importante a avaliação funcional respiratória tendo em conta o risco de danos funcionais pulmonares. Cuide de si e dos seus pulmões.

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