Caro leitor, não o querendo enganar ou desviar pelo título deste artigo opinativo, a palavra falência associada a Portugal (e ainda por cima a um Portugal dominado pelo socialismo) pode remeter para o sentido económico e financeiro, o que faria sentido dada a situação vivida atualmente, mas que ainda assim não é o ponto essencial desta minha expressão escrita.
As três falências que vos trago são de um caráter que, ainda que possam ser ligadas em parte à vertente económica/financeira, são maioritariamente deficiências de um país gerido penosamente nas últimas décadas.
O primeiro ponto que vos trago, e talvez um dos mais falados nos últimos tempos, é o tema da saúde, que nos leva à primeira falência: o SNS e a saúde em Portugal. O fecho de diversos serviços de obstetrícia e ginecologia em vários hospitais, em certos casos por dias consecutivos ou em diversos momentos distintos, transpareceu que Portugal está neste momento a um nível equiparável com “colossos” do desenvolvimento como o Burundi ou o Vietname. As histórias de mães que, naquele que deveria ser o momento mais belo da sua vida, se veem forçadas a deslocar-se centenas de quilómetros para terem os seus rebentos parece digna de um país atrasado ou em claro subdesenvolvimento, perdido em África ou no sudeste asiático. Mas não. É mesmo em Portugal, onde semana após semana nascer parece ser mais complicado, faltando apenas ao governo em desespero proibir as mães de darem à luz até que seja possível ter profissionais de saúde (quase que não é descabido para um governo que gosta de proibir). No meio do caos, do desespero de um futuro incerto para mães e famílias, a ministra da saúde gozava umas férias das quais, ao regressar, “lavou as mãos como Pilatos” e não se demitiu. O mesmo se passou com o “supremo líder” deste regime, que na hora da verdade seguiu o protocolo Cabrita e não demitiu a ministra.
A primeira falência acresce de gravidade face à segunda, que ainda assim não deixa de ser curiosa. A falência do próprio governo e da sua credibilidade, exposta pela desobediência do ministro Pedro Nuno Santos e pela passividade de António Costa, que mesmo sendo desautorizado e alvo de chacota para o público, acabou por se amedrontar e não deixar cair mais um dos membros originais do desgoverno, conhecido pelas suas espetaculares decisões em matéria de transportes e infraestruturas, das quais perdurará na memória e na carteira dos portugueses a TAP. Neste momento, também importa referir que em Portugal, e em particular em Lisboa, vivemos uma crise aeroportuária que coloca em causa umas das principais fontes de sobrevivência de um país debilitado, o turismo, sendo daquela companhia aérea, a TAP, que o ministro tanto defendera, muitos dos voos cancelados. Mais uma vez o protocolo Cabrita foi implementado, e o ministro mantém a impunidade e o cargo.
Por fim, a terceira falência é muitas vezes a que menos importância recebe, ainda que erradamente, uma vez que se encontra na base de tudo o resto e pode mesmo ser a principal causa do estado do país. A falência dos valores e do bom senso. O exemplo mais recente disto mesmo foi a posição do Ministério Público (MP) sobre os educandos cujos pais não querem que eles sejam doutrinados nas aulas de cidadania, pedindo o MP que a sua tutela passe para a escola durante o período escolar. Esta notícia choca qualquer cidadão com o mínimo de noção, moral ou bom senso, uma vez que coloca a nu a verdadeira intenção desta disciplina: a de doutrinar os mais jovens sob os “valores” (ou falta deles) da esquerda “woke”. Os pais dos jovens recusam que a escola seja responsável por passar valores de cidadania aos seus filhos, através de uma disciplina desenvolvida com o objetivo de criar uma geração de jovens moldados à visão esquerdista e longe de um pensamento crítico incómodo, afirmando que o ensinamento e passagem de valores cabe à família. O Ministério Público parece não gostar que o perverso esquema de doutrinação seja posto em causa e ameaça dizendo que os pais põem em causa a formação dos filhos, algo ridículo dado que a responsabilidade de ensinar em matéria de valores deve caber exclusivamente à família, e não às tendências da moda que a esquerda promove.
Este caso espelha a falência de valores do país, que promove e prioriza a ideologia perversa de uma esquerda desesperada, ao invés do futuro de uma geração essencial para colocar o país num rumo de prosperidade.
Saúde, Governo e Bom Senso, estas três falências representam o motivo pelo qual Portugal se encontra no buraco em está. Um país onde a impunidade é promovida, e a incompetência e negligência recompensadas. Se juntarmos as peças do puzzle concluímos o óbvio. Que Portugal está amarrado por um partido que ultrapassou a esfera meramente partidária e que é neste momento um sistema por si só, liderado por um governo incapaz, que rejeita o mérito em prol do amiguismo e que tem à cabeça o oportunismo de quem teme reformar.