Depois de tanta polémica sobre a propaganda russa, depois do reconhecimento, pelo Parlamento Europeu, da Rússia como estado patrocinador de terrorismo, a Faculdade de Letras da universidade de Coimbra continua a ensinar aos jovens os valores do Russkiy Mir.
No mês passado, o primeiro-ministro polaco Mateusz Morawiecki declarou que o “Mundo russo” (Russkiy Mir) é um tumor cancerígeno que ameaça não apenas a maioria da sociedade russa, mas também toda a Europa. A história é uma das principais ferramentas que a Rússia usa há muitos anos. Não podemos ignorar ou subestimar esta ameaça. A ausência de resposta europeia à propaganda russa pode encorajar a continuar a questionar os fatos históricos que estão bem documentados e são bem conhecidos, disse ele num vídeo dirigido aos participantes da conferência da Plataforma Europeia da Memória e Consciência dedicada, entre outras coisas, à desinformação russa.
Segundo ele, o comunismo do século 20 foi substituído pela ideologia de Putin do “mundo russo”. “Isto não é loucura, mas uma estratégia bem pensada que já abriu as portas ao genocídio”, enfatizou o primeiro-ministro polaco.
Então, o que estão a ensinar aos estudantes na Faculdade de Letras em Coimbra? Vão continuar de forma subtil a convencer os jovens que o império russo deveria se estender de Vladivostok a Lisboa?
No dia 24 de fevereiro todo o mundo ouviu a doutrina de Russkiy Mir, proclamada pelo presidente Vladimir Putin e logo a seguir nas cidades ucranianas caíram mísseis e bombas.
O que mudou desde então na fundação Russkiy Mir, que tem sua sede na Universidade de Coimbra?
Mesmo com o apoio internacional, com resistência heróica do povo ucraniano, não sabemos como e quando vai terminar a guerra. Com um país que tem armamento nuclear e é dirigido por uma ditadura nunca se sabe o que poderá acontecer. Mas o que é evidente é que mesmo com o termo da fase militar, não será resolvido o problema nas fronteiras da Rússia com os países vizinhos.
A paz verdadeira no Leste da Europa só poderá existir depois da mudança na sociedade russa, depois dos russos reconsiderarem que a sua história e a sua atitude para com o mundo externo está errada.
Qual então o papel neste processo da sede da Russkiy Mir na Universidade de Coimbra? Está a funcionar como centro de apoio à transformação da sociedade russa de totalitarismo para a democracia, ou Russkiy Mir continua a dar apoio financeiro para Universidade de Coimbra em troco de ignorar o sofrimento dos ucranianos?
Também existe outra hipótese: a direção da faculdade não fecha a Russkiy Mir porque espera para ver quem vence esta guerra?