A ressurgência do antissemitismo em França culmina com a ascensão do comunismo. Isto não é coincidência, eternamente ligada ao anticapitalismo e à discriminação racial. Marx violentamente denunciou o povo israelita pela sua ganância e desigualdades sociais fruto do capitalismo.

A vitória da Nova Frente Popular no dia 7 de julho, significa problemas para a França e a Europa, fortalecendo a presença islâmica no país e acelerando a substituição demográfica em curso. Não há fronteiras para conter ideologias mortíferas, apenas resistência espiritual. “Toda a gente tem duas pátrias: a sua e a França”, um ditado antigo que soa verdadeiro. O que acontece nas maravilhas da baguete afeta o mundo.

A direita europeia não deve recuar com medo, mas sim redobrar os seus esforços para combater a ameaça do comunismo (ou neocomunismo), que nunca desapareceu. Se o Rassemblement National quiser ter alguma hipótese de vitória no futuro – se a esquerda tolerar qualquer competição eleitoral – deve apresentar um programa diametralmente oposto ao estatismo, reminiscente das políticas defendidas pelo Jean-Marie Le Pen na década de 1980, de cobrar menos impostos, de mercado livre e um pequeno estado social.

No entanto, um conto de dois socialismos domina agora o cenário político francês.

O presidente tem a palavra final sobre o uso de armas nucleares; porém, é assustador aceitar a Venezuelização de um país possuindo bombas atómicas tão perto de Portugal. O casamento de Macron com a esquerda – Macron pertence a elite global – é um desastre que terminará num divórcio desagradável.

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Embora sem uma maioria absoluta, a NFP, herdeira de Danton, Saint-Just, Marat e Robespierre, tem as suas ambições voltadas na realização do sonho coletivista desses revolucionários sanguinários. O coração do (inter)nacionalismo democrático, o berço do hino comunista batendo na porta do Palais d’Iéna!

Em vez de apenas um Napoleão Bonaparte, agora temos milhões de invejosos anões intelectuais dispersos entre os jovens e estudantes hormonalmente agitados, piladores árabes e africanos, e centristas, indivíduos sem um conjunto estabelecido de princípios, cujas motivações são moldáveis pelo pragmatismo do dia.

Quero elaborar mais sobre o flerte da esquerda com o antissemitismo que hoje ameaça a vida de quase meio milhão de judeus, uma verdadeira minoria sitiada pelo fanatismo do Islão e as suas coortes ocidentais.

Em 1894 (inverta os números e temos 1984, coincidência?), o capitão francês Alfredo Dreyfus, de 35 anos, alsaciano de origem judaica, foi acusado de divulgar segredos militares para os alemães. A sua caligrafia foi supostamente encontrada num pedaço de papel na cesta de lixo de um adido militar.

Nesta altura, uma batalha de vontades era travada entre Igreja e Estado após a perda da Alsácia-Lorena em 1870 contra a Prússia, e o Capitão era o bode expiatório perfeito para os republicanos anticlericais.

Criou-se um enorme escândalo, julgamentos e novos julgamentos agitaram os tribunais e a opinião pública por 12 anos, e os erros cometidos pelos católicos – que acreditavam nas acusações – faziam parte do plano esquerdista de moldar a França em um estado laico. A história provou a sua inocência, o “bordereau” provou ser falso, mas já era tarde demais, a esquerda havia vencido.

E é assim que os socialistas vão enfraquecendo os seus inimigos, através de intrigas e desonestidade, manchando a sua reputação! E os judeus, nesta nova era da ciência, agora podiam ser “racionalizados” e eliminados, e a nova hostilidade em relação aos israelitas era determinística, impulsionada pela doutrina científica. Em 1940, os judeus foram alvos da perseguição Nazi, muitos acabando por serem mortos, e os seus negócios expropriados. Em 2024, os judeus são alvo da perseguição islâmica, os seus negócios destruídos, perante a indiferença das autoridades públicas.

As tradições da Revolução Francesa – que desde então se tornaram num fenómeno mundial – devem ser descartadas: o Tricolor, o barrete jacobino, o Dia da Bastilha, a Marselhesa, entre outros símbolos acrimoniosos que desgraçam a França. Até Marie Le Pen canta alegremente o hino nacional! Do ponto de vista psicológico, os marxistas têm a vantagem.

Os antigos gauleses tinham uma propensão para lutas tribais e divisão entre facões, e os franceses de hoje herdaram esse comportamento não conformista e desobediente, traduzido em protestos e destruição de propriedade, cometidos em nome da democracia (económica). Será que Mélenchon, o divisivo, antissemita e Putinista, se tornará primeiro-ministro? Rezo para que não recriem a dança da carmagnole antes da guilhotina como os seus homólogos de 1792.

O que o futuro reserva para a França? Incerteza, desordem e, por fim, uma derrocada civilizacional. Se uma guerra civil ou um regime comunista se entrincheirar completamente, a França tornar-se-á um pária entre as nações “livres”. Não há dúvida de que milhares de pessoas migrariam para países vizinhos, aumentando ainda mais as pressões sociais já existentes. A filha mais velha da Igreja caiu na escuridão do mal.

O império do Carlos Magno, erguida para espelhar a fé cristã, é hoje o centro duma Europa profundamente (des)unida, destilando uma concorrência aguerrida entre quem destrói melhor o continente.

Nas profundezas do inferno, o fantasma de Hitler ri-se do círculo da Ira. Mas enquanto houver franceses, sempre teremos Paris.