Portugal vive nos dias de hoje um dos períodos de maior paradoxo da sua história recente. No passado dia 22 de Dezembro de 2021, foram tornados públicos dados referentes à 3ª fase do Inquérito Serológico Nacional COVID-19, promovido pelo Instituto Nacional de Saúde Doutor Ricardo Jorge. Nas conclusões deste inquérito é taxativamente afirmado que a prevalência de anticorpos específicos contra SARS-CoV-2 na população residente em Portugal, com idade superior a 1 ano, foi de 86,4%. Repito: 86,4%. Apesar de o nosso país apresentar os maiores índices de vacinação e imunidade contra a COVID-19 a nível global, foi-nos apresentado um conjunto de restrições para o fim de 2021 e início de 2022 com uma finalidade puramente eleitoralista, que privam fortemente qualquer português de exercer a sua liberdade individual em plenitude, seja através do teletrabalho obrigatório, encerramento de creches e ATL ou sugerindo uma testagem massiva (obrigatória para acesso a determinados eventos) a que o país não consegue dar resposta.
O Governo do Partido Socialista mantém a sua coerência propagandística e aplica um discurso pautado por um “não te obrigamos a fazer nada, mas se quiseres fazer alguma coisa, privamos-te de tudo o que podes fazer até que aceites o que te propomos”. No fundo, oferece aos portugueses uma bolha de falsa liberdade, pintada de rosa, que não é novidade no espectro político da governação socialista. Todos nos lembramos da expressão “rebenta a bolha” da nossa infância, uma expressão utilizada no jogo das escondidas que terminava o jogo e fazia com que voltássemos à realidade dos adultos. Na verdade, podemos transpor este jogo para o cenário político e económico actual.
Dentro desta bolha rosa, existe como que uma realidade fechada onde subsiste uma “liberdade” baseada no “desde que”. Por exemplo, na Educação é dito aos pais que têm a liberdade de escolher a escola que entendem ter as melhores condições para educar os seus filhos, desde que seja na sua área de residência, desde que os conteúdos lecionados sejam aprovados previamente pelo Ministério da Educação, desde que os manuais que os nossos filhos utilizam no seu processo de aprendizagem sejam de uma determinada editora, desde que, desde que…
A Saúde também se apresenta como um outro bom “desde que”. Os nossos governantes afirmam que todos os portugueses têm liberdade de escolha do hospital a que pretendem ir, desde que, em caso de emergência, sejam transportados para o hospital da sua área de residência, desde que estejam dispostos a aguardar longos períodos de tempo (anos) para uma consulta de especialidade, desde que tenham médico de família, desde que, desde que…
Dentro desta bolha rosa é vendida essa ilusão de liberdade, a mesma “liberdade” que é usada como argumento para atufar os contribuintes com uma das maiores cargas fiscais da nossa história e para o controlo da nossa vida através deste insular de liberdades individuais.
A sensatez obriga-nos a deixar claro que existe um caminho para rebentar definitivamente esta bolha e abrir a porta da verdadeira liberdade aos portugueses: o liberalismo. O liberalismo social, económico e político. O liberalismo que nos permita escolher a escola onde queremos educar os nossos filhos, seja esta próxima da nossa residência ou até numa das ilhas dos nossos arquipélagos, onde possamos escolher a escola em função dos conteúdos programáticos ou dos princípios e valores aí transmitidos aos nossos filhos, onde queremos ter uma prestação de serviços de saúde, sejam estes públicos ou privados. Um liberalismo em que o indivíduo é o agente da sua escolha pessoal e que possa decidir qual o serviço que lhe garante melhor prestação, ao invés de um socialismo que consome ano após ano cada vez mais impostos, com um governo cada vez mais anafado e que dita quais as regras que regem vida de cada um.
Para que a sua liberdade, a minha liberdade, a nossa liberdade se torne uma realidade, basta rebentar a bolha.
No dia 30 de Janeiro, Portugal tem na sua mão a agulha que permite rebentar esta bolha e oferecer aos portugueses uma verdadeira liberdade de escolha de vida que nunca tiveram. O futuro, o nosso futuro, é liberal.