O ano muda mas não muda, neste caso particular, senão um número.
Os meses repetir-se-ão com as mesmas superstições, os mesmos hábitos e preconceitos sobre eles. Janeiro e Fevereiro está frio pelo que não acontece grande coisa. Isto só começa a funcionar a partir do Carnaval. Na Páscoa para tudo de novo. Em Agosto volta a parar. O segundo semestre do ano é sempre muito mais pequeno que o primeiro. Do mês de Dezembro não se aproveita nada.
As semanas, essas, repetir-se-ão e já vejo escrito por todo o lado a mesma estupidez de sempre: quantos feriados longos, de ponte, Portugal tem de férias? Como é que com apenas poucos dias se conseguem umas férias enormes à custa de feriados e pontes?
Tudo mais do mesmo e, no entanto, temos vários cenários possíveis pela frente e que farão dos próximos anos, anos de preocupação, de forte cenarização e de possível mudança face aos paradigmas atuais. Quais os resultados da administração Trump em matéria de taxação à exportação para os EUA? Qual a capacidade, e como o fará, que Trump tem (se conseguir) para colocar cobro à guerra na Ucrânia? Mantendo um ascendente militar americano sobre a zona, mesmo se cedendo alguns territórios, ou abandonando a Ucrânia e territórios ocupados sem que se envolva num ascendente militar que deve impor sobre a Rússia? São questões bem diferentes já que, na segunda hipótese, Putin reclamará claramente vitória. E, a Europa, não terá meios para ajudar a Ucrânia! Qual a retaliação de outros países (China) à imposição de barreiras alfandegárias pelos EUA? Como se comportarão as empresas americanas no exterior dando por certo que a taxação à entrada pode prejudicá-las mais do que ajudá-las, sendo que a retaliação impedi-las-á de exportar ou exportarão menos. Qual o efeito destas políticas sobre o mercado de capitais e sobre a inflação? E o que se passará relativamente à deportação de emigrantes nos EUA? Como agirá a Europa perante um cenário de enormes dificuldades, tendo as suas principais economias, Alemanha e França, a braços com crises políticas e económicas? Como se irá comportar o médio oriente? E o Brasil, como irá evoluir se o real continuar a desvalorizar consecutivamente como nos últimos tempos?
Podia continuar a enumerar questões, sem grande ideia – apenas palpites – do que irá acontecer. Pode ser bom como pode ser mau. Como pode ser um intermédio. Porém, ninguém sabe o que ira suceder. E é nestas circunstâncias que precisamos de muito foco e muita produtividade.
Pergunta seminal: O que é ter foco e ter produtividade?
Foco refere-se à capacidade de dirigir toda a atenção e todo o esforço para uma tarefa ou atividade específica, sem distração com estímulos ou pensamentos irrelevantes. Manter o foco é essencial para realizar tarefas de forma eficiente e eficaz, permitindo uma melhor gestão das prioridades e dos recursos envolvidos.
Produtividade, por sua vez, é um rácio, isto é, output/input, ou seja, a medida de quão eficiente e efetivamente uma pessoa ou um sistema conseguem produzir resultados de valor, dentro de um dado tempo específico. A produtividade pode ser aumentada através de melhorias nos métodos de trabalho, uso de tecnologias, otimização de processos e, claro, mantendo um alto nível de foco. O objetivo passa usualmente por aumentar o output com o mesmo input (ou menor).
Foco e produtividade são assim cruciais em tempos de incerteza.
Os tempos que se aproximam poderão ser, para quem teve oportunidade de ver os respetivos filmes, uma “bela” mistura de “Joy, o nome do sucesso “(Joy; produtividade), “O homem que mudou o jogo” (Moneyball; foco), “Forrest Gump” (mudança) e a “Origem” (Inception; incerteza). Ou muitos outros que focam uma ou várias destas dimensões.
Nos próximos tempos haverá, estou quase certo, uma verdade universal: saber dizer não a uma série de boas ideias. E a outras que não passam de estúpidas. Para manter foco e fazer crescer a produtividade.