Uma app como a StayAway Covid é uma aplicação de software.
E uma aplicação de software num telefone, é sempre uma porta de entrada para o dono da aplicação à nossa vida e privacidade. Quer seja às claras, quer seja às escuras.
É que, infelizmente, as coisas nem sempre são o que parecem e, em 2019, mais de mil aplicações recolhiam informação, mesmo depois de o utilizador ter negado a permissão para isso.
O Governo quer obrigar-nos a usar uma aplicação de software nos nossos telemóveis que, por agora, acede apenas à nossa localização.
No entanto, basta uma actualização às permissões da aplicação, para passarem a aceder, sem qualquer controlo da nossa parte:
- aos nossos contactos
- aos nossos emails
- às nossas mensagens
- ao nosso WhatsApp
- às nossas redes sociais
- às nossas fotos
- aos nossos vídeos
- ao nosso calendário
- às nossas compras
- à nossa localização
- ao histórico de navegação na internet
Mesmo querendo acreditar que o Governo ou a empresa que desenvolveu a app StayAway Covid vão cumprir todas as regras impostas pela União Europeia, nada nos garante que no futuro não resolvam fazer uma nova versão, na qual nos impõem o acesso a toda a nossa privacidade.
Quem tem aplicações no telemóvel já recebeu, com certeza, um pedido de actualização. Quantos foram ver que permissões estavam a dar e a que recursos do telefone estavam a permitir o acesso? Quantos de nós até tem estas actualizações de forma automática e nem sequer ligam a permissões?
Este Governo terá, com certeza, as melhores intenções do mundo, mas ainda assim, será que queremos mesmo abrir este precedente e dar este poder, verdadeiramente pidesco?