A finitude é uma experiência que as pessoas apenas começam a sentir, de uma forma generalizada, a partir de uma certa idade ou quando vivem problemas graves de saúde. É espantoso que, durante as primeiras décadas das nossas efémeras vidas, o futuro é algo com o qual não nos preocupamos muito, vivendo cada dia de forma abstrata. Mas a verdade é que em determinado momento faz-se o clique e percebemos, de forma muito concreta, que realmente temos um limite nesta caminhada, sentimos isso na pele e na alma. Mas também acontece quando perdemos alguém que nos é muito chegado e importante no nosso quotidiano.

O luto provoca este despertar! É o momento em que assentamos os pés no chão e compreendemos que andamos uma vida inteira a lutar por sonhos que queremos concretizar e nunca o fizemos; em guerras e guerrilhas, a maioria das vezes sem sentido e que não nos levam a lugar algum; quantas vezes imersos em sentimentos negativos e vivências destrutivas sem necessidade.

Como nos diz Sarah Westphal, pior do que a convicção do não e a incerteza do talvez, é a desilusão de um quase. Muitas vezes ficamos pelos sonhos, sem darmos o primeiro passo para a sua realização. É tempo de pararmos e descobrir o que fazemos neste mundo, o real significado da nossa momentânea passagem por estas bandas! E quando fazemos isso, ao ritmo de cada um, vamos perceber que a vida é tão simples e que nós a complicamos, desnecessariamente, quase sempre.

A vida apenas quer que sejamos felizes, vivamos cada dia na procura da nossa essência e não percamos os nossos sonhos, desejos esses que devem permitir procurar fazer aquilo que sempre idealizamos e nunca tivemos a ousadia ou a possibilidade de fazer. Esta reflexão é essencial para nos situarmos, mas não devemos ficar parados eternamente à procura de respostas, devemos dar o primeiro passo e procurar concretizá-las.

Não espere pelo amanhã, pode ser tarde. Diga a quem ama o que sente hoje; faça a viagem da sua vida o quanto antes; seja simpático com os outros todos os dias; faça o curso que sempre desejou fazer; enfim, seja mais você e menos o que acha que os outros querem que seja.

A sociedade muitas vezes é cruel, olhando-nos com desdém e crítica quando temos a intenção de fazer algo diferente ou novo. A novidade e a diferença sempre foram alarmes sociais de inquietude de quem se acha superior ou melhor que o outro. A inveja é um dos maiores males deste mundo, mas não nos devemos deter por isso. Façamos, construamos, sonhemos e seremos mais felizes por tentar. E ainda que tentemos e não consigamos, pelo menos ficaremos com a nossa consciência livre e enriquecida em como procuramos satisfazer o nosso “eu”. Como nos diz o aclamado escritor Paulo Coelho, viver é experimentar, e não ficar a pensar apenas no sentido da vida. Seja feliz desde já.

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