Cerca de 30 corpos foram encontrados esta madrugada a bordo de um barco com imigrantes no Canal da Sicília, de acordo com agências italianas, que citam a marinha e a guarda-costeira. Os corpos foram descobertos quando as equipas de resgate subiram a bordo do pesqueiro que transportava cerca de 590 imigrantes para proceder à retirada imediata dos mais necessitados, grupo em que se incluíam duas grávidas.

De acordo com a Associated Press, Cecilia Malmstrom, comissária europeia para os assuntos internos, disse esta segunda-feira que a Comissão está a preparar um plano para desmantelar as redes de contrabando responsáveis pelas embarcações ilegais que cruzam o mar entre a costa norte de África e as fronteiras mediterrânicas da Europa. Ao mesmo tempo, serão disponibilizados cerca de 5 milhões e meio de euros a Itália para assistência humanitária e de emergência.

Os imigrantes terão morrido por asfixia durante a viagem, escreve a agência de notícias Ansa. Não é a primeira vez que as equipas de resgate descobrem cadáveres a bordo de barcos que transportam imigrantes mas nunca tinham sido encontrados tantos de uma vez só. Uma operação para rebocar o barco conduzida pelo Navio Grecale, da marinha italiana, estava em curso pelo que se espera que a embarcação ainda chegue a terra hoje.

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De acordo com as autoridades italianas, este ano já desembarcaram no país mais de 60 mil imigrantes, muito perto do recorde de 63 mil batido em 2011, um número diretamente relacionado com as revoluções da chamada primavera árabe. Durante este fim-de-semana, a Marinha e a guarda costeira italianas salvaram mais de 1600 migrantes em sete barcos em dificuldades, refere a France Press. No início de junho, um outro barco vindo da Líbia naufragou durante o percurso a caminho da ilha de Lampedusa, vitimando 39 pessoas e, em outubro passado, 360 refugiados morreram nas mesmas condições. A maioria dos migrantes vem de África ou do Médio Oriente e pagam centenas ou milhares a contrabandistas líbios para garantirem um lugar em barcos sem condições e com demasiadas pessoas.

Os acidentes sucessivos com embarcações que tentam chegar à Europa por via do Mediterrâneo já fizeram o governo italiano pedir ajuda à União Europeia, mas ainda não há soluções à vista. Itália nãoé o único destino das rotas ilegais a que os migrantes recorrem para entrar no espaço europeu. A Grécia é um importante ponto de passagem para aqueles que pretendem alcançar o norte da Europa através dos Balcãs. Espanha também faz parte desta lista. Através do mar, muitos migrantes tentam a sua sorte de modo a conseguirem chegar a Algeciras, Almeria ou Malaga.

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