O BPI é, neste momento, a instituição financeira mais bem posicionada para a compra do Novo Banco, noticia o Económico na sua edição desta segunda-feira. A vantagem do BPI face a concorrentes como o Santander, o BBVA e o BIC – que o jornal afirma também estarem interessados no banco até agora liderado por Vítor Bento – será Isabel dos Santos, acionista do BPI, para quem o negócio representaria uma posição de relevo no panorama bancário português.

Ao contrário da equipa liderada por Vítor Bento, João Moreira Rato e José Honório, a nova estrutura gestora, comandada por Eduardo Stock da Cunha, já tem as orientações para o futuro do Novo Banco claramente definidas: é para vender e, segundo o Económico, o processo deverá iniciar-se ainda antes do fim do ano. De acordo com o Jornal de Negócios, a venda terá de ser concluída no prazo máximo de nove meses, ou seja, até ao início do verão de 2015.

Eduardo Stock da Cunha, o novo presidente, chega ao Novo Banco vindo do Lloyds – em regime de comissão de serviço – depois de já ter passado pelo Santander dos Estados Unidos, o que motivou críticas do PCP por este último banco ser um dos interessados na compra do chamado BES ‘bom’.

Apesar das críticas, nenhum dos novos gestores do Novo Banco veio diretamente do BPI (que não tem na nova equipa qualquer seu ex-colaborador, ao contrário da CGD e BCP) ou do Santander, o que elimina potenciais conflitos de interesse no processo de venda do banco. Ontem, Marcelo Rebelo de Sousa – na TVI – disse que um potencial interesse do Santander obrigará, mesmo assim, Stock da Cunha a ser “mais duro” com o seu antigo banco, para afastar dúvidas de favorecimento.

Nesse processo, o BPI e o Novo Banco poderão fundir-se, dando origem a uma instituição com ativos superiores a 110 mil milhões de euros, ultrapassando mesmo a Caixa Geral de Depósitos. Essa hipótese agradará a Isabel dos Santos e concretizaria uma fusão que até já esteve em cima da mesa em 2000, quando um acordo entre os dois bancos previa que os acionistas do BES ficassem com 59% e os do BPI com 41% da estrutura da instituição que daí resultasse. Agora, a situação alterou-se e os pratos da balança são bem diferentes do que eram na altura, anota o Económico.

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