Eduardo Stock da Cunha, 51 anos, foi o banqueiro escolhidopor Carlos Costa para substituir Vítor Bento na administração do Novo Banco, de acordo com o Expresso. Stock da Cunha estava a trabalhar no Lloyds, depois de ter sido convidado por António Horta Osório, fundador do Santander Portugal. Antes, foi administrador do Santander nos Estados Unidos.

O banqueiro nasceu numa família numerosa, sendo o terceiro de oito irmãos. Numa entrevista dada à jornalista Anabela Mota Ribeiro, em 2006, Stock da Cunha contou que provém de uma família católica e que o pai “é um português daqueles antigos”, enquanto a mãe viveu muito tempo fora de Portugal. Foi dela que herdou o apelido Stock, de origem judaico-alemã. Tem cinco filhos: dois do primeiro casamento – Diogo e Inês – e três filhas mais novas – Rita, Carmo e Carlota – fruto do casamento com a atual mulher, Maria João.

Stock da Cunha é formado em Economia pela Universidade Católica Portuguesa (UCP) e tem um MBA da Universidade Nova, mas admitiu nessa entrevista que no final do segundo ano na UCP “não estava a achar graça ao curso”. Apesar de não ter desistido – “não vou deitar fora quarenta por cento”, terá pensado na altura – decidiu envolver-se no jornalismo, tendo integrado a secção de Economia no jornal “A Tarde”. Em 1984 acabou por ser convidado para trabalhar na Rádio Renascença.

Na conversa com a jornalista Anabela Mota Ribeiro, o banqueiro falou longamente sobre o sucesso, o fracasso, a reputação e a honra. Stock da Cunha define o fracasso como o sentimento de que “algo não correu bem”, acrescentando: “E que não correu bem porque não dei de mim tudo, tudo, para evitar que tal sucedesse. É algo que consistentemente se desvia dos objetivos que tracei, em termos profissionais, familiares, pessoais”.

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Quando questionado sobre a possibilidade de recomeçar depois de um hipotético desaire, Stock da Cunha disse ter “sérias dúvidas” que isso seja possível, por achar que os portugueses, ao contrário dos americanos, não estão preparados para “poder recuperar”, depois de se terem tomado “atitudes menos éticas”. A esta observação pessoal, o banqueiro acrescentou um comentário: “De certa forma, estou de acordo que assim seja”. Stock da Cunha disse ainda que “cometer um ato desonroso, entrar num negócio e ficar rico” não é “ter sucesso”, admitindo ter dúvidas que “aos 40 anos, quem rouba e é corrupto” possa alguma vez deixar de o ser.

O Expresso recuperou um perfil que fez do banqueiro, onde este indicou um livro de referência – Senior Leadership Teams: What it takes to Make Them Great, de Ruth Wageman, Debra A. Nunes, James A. Burruss e J. Richard Hackman – e revelou preferir a música new wave, sendo fã de The Police, Elton John e Genesis.