Três dias depois de Pedro Passos Coelho ter acusado jornalistas e comentadores políticos de serem “preguiçosos” e não verem que o país de 2014 é melhor do que o de 2011, os líderes parlamentares do PSD e CDS consideram que os ministros e dirigentes partidários têm que se esforçar mais e ser “mobilizadores”.

“Os ministros devem intervir mais. A mensagem deve ser mais simples para ser compreendida, mais mobilizadora e correspondente com o que foi feito. (…) Creio que os ministros têm ainda campo de afirmação política a percorrer e que ainda está por preencher. Não tivemos ainda eficácia suficiente”, declarou o social-democrata Luís Montenegro, no Fórum da TSF esta terça-feira.

“Os ministros e todos nós”, acrescentou Nuno Magalhães. O centrista reconheceu que há “muito ruído” que perturba o trabalho do Governo, mas sublinhou que desde 2011 “houve redução de despesa de 8 mil milhões de euros”.

Magalhães reconheceu, contudo, que os dirigentes da maioria não “vivem numa redoma”. “Tenho pessoas na família desempregadas”, disse.

Nos próximos dias, todos os ministros vão distribuir-se pelo país para explicar o Orçamento do Estado à semelhança do que sucedeu em 2014. A diferença é que o Orçamento agora em discussão é o último deste Governo. 2015 será ano de eleições legislativas – quer sejam antecipadas ou não.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Ainda sobre o Orçamento de Estado para 2015, os líderes parlamentares reconheceram que a margem para apresentar alterações é estreita e que poderão apresentar propostas que não ponham em causa “a neutralidade” fiscal, ou seja, não altere o volume de receita.

Renovar a coligação

Os dois líderes parlamentares comprometeram-se ainda a fazer uma coligação pré-eleitoral em 2015. “Acho que até há mais condições do que há quatro anos”, disse Magalhães, enquanto Montenegro defendeu que PSD e CDS querem “renovar” a coligação.

Sobre reforma do sistema político, o CDS afastou a proposta de redução do número de deputados, considerando que não faz sentido discutir-se “um corte cego”, enquanto Montenegro reconheceu que esta é uma matéria que divide centristas e sociais-democratas.