O primeiro-ministro considera que o seu partido superou “bem” o teste de ter governado sob o memorando de entendimento, mas admite que o PSD pagou um “preço eleitoral” por estes anos no executivo que se traduziu na perda das autárquicas e das europeias. Passos Coelho diz ainda que Sá Carneiro, antigo primeiro-ministro e e antigo líder do PSD morto na tragédia de Camarate, desejava “uma democracia económica e social”, algo que ainda não foi atingido no país devido à “assimetria” de rendimentos entre os portugueses mais ricos e os portugueses mais pobres.

Em entrevista à próxima edição do Povo Livre, jornal oficial do PSD, o primeiro-ministro diz que os últimos anos foram “um teste à democracia portuguesa”, mas também “um teste muito importante” para o próprio partido. “Até porque muitas vezes tendem a ter preocupações mais imediatas, preocupações com a reação das pessoas medidas impopulares, apesar de necessárias”, diz Pedro Passos Coelho, admitindo que ter perdido as eleições autárquicas e as eleições europeias foi “o preço eleitoral” que o partido pagou por estar no Governo.

“É verdade que estes anos foram um teste à nossa determinação e à nossa natureza. Mas como sei que o PSD nasceu assim e não deixou de ser assim, acho que superámos bem esse teste”, Pedro Passos Coelho.

Questionado ainda sobre a atualidade do pensamento de Sá Carneiro, o primeiro-ministro diz que o ponto em que o fundador do PSD frisava a importância da democracia ter uma dimensão política, económica, social e cultural é um aspecto importante. “Continuamos com esse desafio”, afirma Passos Coelho, especialmente quando se verifica que Portugal é um dos países em que a distribuição de “rendimento é mais assimétrica”  e “uma riqueza significativa está nas mãos de muito poucos”.

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