Uma vitória de António Costa em 2015 é a “coisa que pode matar mais” José Sócrates. Por outras palavras, fazê-lo cair no esquecimento, defendeu Marcelo Rebelo de Sousa, no seu espaço de comentário semanal na TVI, este domingo.

“Um novo líder com uma grande vitória eleitoral apaga o líder anterior”, afirmou Marcelo Rebelo de Sousa. Na última semana, o nome do ex-primeiro-ministro tem vindo a desaparecer dos jornais, depois de uma “febre inicial”. Mesmo as visitas ao Estabelecimento Prisional de Évora não vão conseguir manter as atenções concentradas no ex-primeiro-ministro, lembrou. Para o comentador, o nome de José Sócrates está a entrar num período de “habituação” para os meios de comunicação. Com um 2015 cheio de marcos políticos, José Sócrates pode cair em esquecimento caso António Costa ganhe as eleições para primeiro-ministro, explicou. Contudo, “a estratégia de defesa de José Sócrates” é a de tentar manter o nome dele na praça pública.

Outro dos nomes falados foi o de Passos Coelho. Marcelo Rebelo de Sousa pensa que este foi um ano de viragem para Passos Coelho, com a saída da troika e o mais recente apelo eleitoralista. Porém, existe um problema que é a coligação que ainda está por anunciar. Nas palavras do comentador, a coligação “está coxa e atrasada” e quanto mais tarde for anunciada, “mais artificial vai soar, menos hipóteses de sucesso” vai ter.

Segundo Marcelo de Rebelo de Sousa, depois da desconvocação da greve, “agora é que vai começar a verdadeira história da TAP”. Como já tinha sido noticiado, os sindicatos que desconvocaram a greve fizeram um acordo com o Governo sobre “as bases de um memorando” que visa a criação de condições subjacentes ao funcionamento de um grupo de trabalho que irá operar no quadro da “eventual privatização” da companhia. Das alterações ao caderno de encargos na privatização, Marcelo destacou a “garantia do preço” e a obrigatoriedade de Lisboa “como sede de operações”. Para o ex-líder social-democrata, “vão aparecer compradores”, pois a TAP é “uma empresa muito interessante”.

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Relativamente ao arquivamento do processo dos Submarinos, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que o despacho deixou-lhe “uma sensação muito desagradável em relação ao Ministério Público”, devido à explicação que não foram encontrados indícios de crime, mas algumas ilegalidades.

Esta semana, Marcelo Rebelo de Sousa escolheu as figuras nacionais do ano. No campo da cultura, destacou a longevidade da obra cinematográfica de Manuel Oliveira e o grammy que o cantor Carlos do Carmo. Na economia, pelo lado negativo, a família Espírito Santo, “o fim de uma dinastia financeira”. Já pelo lado positivo, destacou o nome do banqueiro António Horta Osório, que abriu o caminho para Stock da Cunha para o Novo Banco. Os investidores chineses, por exemplo os que estão na EDP e REN, também foram uma das figuras económicas do ano. “Portugal está a ser para a China, a Macau da Europa”, afirmou. E, é claro, o nome de Isabel dos Santos também foi lembrado.

O título de figura do ano ficou para Cristiano Ronaldo, um “embaixador de Portugal” no mundo.