Bárbara Guimarães poderá ser julgada por crime de violência doméstica, caso a decisão do Tribunal de Instrução Criminal (TIC) de Lisboa se torne definitiva. Em despacho publicado a 23 de dezembro, o tribunal escreveu que a apresentadora de televisão terá tido uma “conduta de maus-tratos psicológicos” quando Manuel Maria Carrillo se ausentou do país, em outubro.

Em causa está o que se passou entre 15 e 18 de outubro de 2014. O ex-ministro da Cultura esteve em Paris e, durante esse período, Bárbara Guimarães, escreve o Público, que teve acesso ao acórdão do tribunal, terá trocado a fechadura da porta de casa “de forma fria e calculista”. E mais: terá empacotado “10 mil livros em 107 caixotes” e contratado “uma empresa de segurança privada” para “impedir” Carrillo de “entrar em casa”.

O crime de violência doméstica, de acordo com o Código Penal, é punível com pena de um até cinco anos de prisão, prevendo maus-tratos de índole física ou psicológica.

O comportamento de Bárbara Guimarães é descrito como sendo de uma “grande violência psicológica”. A apresentadora, de 41 anos, terá também perturbado “a liberdade de decisão” de Manuel Maria Carrilho, de 63 anos, por este “estar impedido de ver os filhos menores”, algo que “lhe terá provocado danos na sua saúde psíquica e física”. O despacho indica ainda que o antigo governante chegou a estar sem acesso ao local de trabalho e a falhar “compromissos profissionais” devido à conduta da apresentadora.

Quando regressou da viagem a Paris, recorde-se, Carrilho apresentara queixa, junto do Ministério Público (MP), contra a antiga mulher — da qual se separou em outubro de 2013. O MP, na altura, arquivou a queixa, o que levou o ex-ministro a requerer a abertura da instrução. Um requerimento no qual, segundo o Público, o ex-deputado do Partido Socialista afirmou que se sentiu “profundamente perturbado, ansioso, esgotado emocionalmente, tendo, por via da somatização da situação de extremo sofrimento psicológico a que foi sujeito, apresentado queixas como privação do sono durante várias noites seguidas e perda de peso até aos 56,5 Kg, que exigiram acompanhamento e tratamento médico.”

Bárbara Guimarães também já acusou Manuel Maria Carrilho de violência doméstica. Em outubro do ano passado, a apresentadora remeteu um pedido de divórcio litigioso e, no Tribunal de Família e Menores de Lisboa, requereu a regulação do poder paternal dos dois filhos (um com 10 e outro com quatro anos).

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