O Santander Totta admite pedir uma garantia se vier a fazer uma oferta concreta pelo Novo Banco, já que este “processo tem sofrido muita contestação e há muita litigância à volta deste processo”, afirmou nesta terça-feira António Vieira Monteiro. O presidente do banco que é uma das 17 entidades que manifestaram interesse na compra da instituição não diz quem deve prestar essa garantia, mas garante que a alternativa será uma venda por um valor mais baixo.

“Basta ler os jornais para vermos que todos os dias há pessoas a por ações [judiciais] contra o processo em si, algumas nas autoridades internacionais, outras, no plano nacional, contra os supervisores e o próprio banco e outras por pessoas que se sentiram lesadas pelo BES na época”, afirmou António Vieira Monteiro, em declarações à margem de um almoço-debate da Associação Cristã de Empresários e Gestores (ACEGE), em Lisboa.

O presidente do Santander Totta explicou porque acha que deve existir essa garantia. “Se o senhor está a comprar uma coisa, se houver um processo a pender sobre essa coisa, o que é se faz? Ou baixa o preço [oferecido] ou obtém uma garantia“. “Não sei se haverá uma garantia, pode haver, ou se quem comprar o banco oferecerá um preço mais baixo tendo em atenção as possibilidades de litigação que existem”, continuou António Vieira Monteiro.

“Imaginemos que alguém compra o banco e vem um tribunal que fiz ‘isto está tudo mal feito, não se faz’. Quem é que vai garantir esse pagamento?” questionou António Vieira Monteiro. E quem deve prestar essa garantia? “Quem se entender, na época, que a deve prestar”, afirmou o presidente do Santander. “Na altura devida, se apresentarmos proposta vinculativa logo diremos se vamos pedir uma garantia ou não, e que tipo de garantia” será essa, explicou António Vieira Monteiro.

Esta é a avaliação feita por António Vieira Monteiro do processo de venda do Novo Banco, um processo que o presidente do Santander Totta considera estar a ser um “ensaio”, porque, “nem nós, que atuamos no sistema bancário, sabemos quais vão ser as consequências que este processo terá para o sistema bancário. Este processo traz para o futuro imensas incógnitas”.

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