A Arábia Saudita lançou quarta-feira uma operação militar no Iémen contra os rebeldes shiitas Houthi, que ameaçam o governo local, disse o seu embaixador nos EUA. “A operação é para defender o governo legítimo”, disse Adel al-Jubeir aos jornalistas.
Antes, tinha sido noticiado que a Arábia Saudita estaria a concentrar armas antiaéreas e outro equipamento militar na fronteira com o Iémen, inquieta com o avanço dos rebeldes shiitas Houthis, apoiados pelo Irão, no país, tinham indicado responsáveis norte-americanos. As forças sauditas incluem sistemas antiaéreos e artilharia, especificaram estes responsáveis.
A Arábia Saudita, país sunita, está preocupada com o avanço das milícias shiitas Houthis no Iémen, que tomaram o controlo da capital Sanaa em março. Fontes diplomáticas dos EUA deram conta de um telefonema feito esta quarta-feira para o presidente iemenita, Abd Rabbo Mansour Hadi, seu aliado na luta contra a Al-Qaida, indicando que ignoravam onde se encontrava.
Forças aliadas dos rebeldes shiitas no Iémen apoderaram-se quarta-feira do aeroporto internacional de Aden. Um ministro avisou que a queda de uma grande cidade do sul do país marcaria o “início” de uma guerra civil.
O aumento da violência no Iémen poderia comparar-se a uma guerra por procuração entre a potência shiita iraniana, que apoia os Houthis, e a Arábia Saudita sunita, que apoia o presidente Hadi.
Quando Hadi fugiu da sua residência vigiada pelo Houthis, em Sanaa, em fevereiro, e apareceu em Aden, a Arábia Saudita foi o primeiro país a transferir a sua embaixada para esta cidade, em claro gesto de apoio ao dirigente iemenita.
Mas os rebeldes Houthis, suspeito de laços com o Irão e o ex-presidente Ali Abdallah Saleh, forçado ao exílio em 2012, depois de 33 anos no poder, continuaram com a sua progressão até perto da fronteira saudita. E Teerão já denunciou as iniciativas que pretendem fazer da capital portuária de Aden a nova capital do Iémen.
A Arábia Saudita receia que os Houthis consigam o controlo do estreito de Bab-el-Mandeb, que separa o Iémen do Djibouti e oferece uma posição estratégica sobre o canal de Suez. Esta alteração acresceria à forte presença iraniana no Estreito de Ormuz, pelo qual passa o grosso do petróleo mundial.