O Compromisso para o Crescimento Verde é assinado esta quarta-feira pelo Governo e por 80 instituições, como a Confederação dos Agricultores de Portugal (CAP), a Quercus, a Deco, a Calouste Gulbenkian ou a associação de bancos.

O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, vai presidir à cerimónia, mas será o ministro do Ambiente, Ordenamento do Território e Energia, Jorge Moreira da Silva, mentor da iniciativa, que terá a sua assinatura no Compromisso.

O documento, apresentado em setembro do ano passado e que esteve em consulta pública até 15 de janeiro, tem 83 iniciativas, repartidas por 10 setores, fixa 13 metas quantificadas para 2020 e 2030 e “estabelece as bases para um compromisso em torno de políticas e objetivos que impulsionem um modelo de desenvolvimento capaz de conciliar o indispensável crescimento económico com um menor consumo de recursos naturais e com a justiça social e a qualidade de vida das populações”.

Abrange setores tão diversificados como a água, os resíduos, a reabilitação urbana, a eficiência energética e hídrica, as emissões de dióxido de carbono – responsáveis pelas alterações climáticas -, as energias renováveis, a qualidade do ar e a valorização da biodiversidade.

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O Governo pretende que a atividade dos setores “verdes” tenha um impacto na economia de 3.000 milhões de euros em 2020, subindo aos 5.100 milhões em 2030, possa criar o dobro dos empregos e aumentar as exportações ‘verdes’ em, pelo menos, 5% por ano, mas também que contribua para a melhoria da eficiência energética e hídrica, reduzindo a dependência do país relativamente ao exterior.

Nas metas do Governo, as exportações “verdes” podem chegar aos 700 milhões de euros em 2020 e aos 1.200 milhões 10 anos depois, enquanto o número de pessoas ao serviço da economia verde deverá atingir 95.000 em 2020 e 140.000 em 2030.

O Compromisso para o Crescimento Verde em Portugal foi debatido em sessões realizadas em vários pontos do país e recebeu elogios, tendo sido apresentado como um exemplo pelo secretário-geral da ONU, mas também críticas, principalmente dos partidos da oposição, como o PS que acusou o ministro do Ambiente de não ter ideias novas e de se ter limitado a juntar objetivos que já existiam em outros documentos.